Alguns salmos imprecatórios são: Salmos 7; 35; 55; 69; 137; etc.
Como foi dito, alguns intérpretes ainda classificam os salmos em outras categorias mais específicas, como: salmos de penitência – tratam principalmente do problema do pecado; salmos de confiança – falam enfaticamente da confiança do salmista em Deus; etc. Mas seja como for, o importante é saber que todos os tipos de salmos foram inspirados pelo Espírito Santo e são importantes para os crentes em sua caminhada de fé. Entenda também quem escreveu o livro de Salmos.
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📌 Qual o Menor Versículo da Bíblia?
O menor versículo da Bíblia dependerá da tradução bíblica utilizada. Isso significa que dependendo da forma como o texto original é traduzido, o número de palavras ou letras poderá ser diferente de uma tradução para outra.
Aqui devemos nos lembrar de que a Bíblia não foi escrita em português, mas em três idiomas antigos: hebraico, aramaico e grego koiné. Além disso, originalmente o texto bíblico não era dividido em capítulos e versículos. Então não é possível falar no menor versículo da Bíblia no original, porque de fato essa divisão não existia. A Bíblia foi dividida em capítulos e versículos apenas mais recentemente, com finalidade de melhorar a organização e leitura dos textos bíblicos.
Considerando tudo isso, em nossas traduções em português alguns versículos sempre são indicados quando o assunto é o menor versículo da Bíblia. São eles: Êxodo 20:13; Jó 3:2; Isaías 37:15 e João 11:35.
De todos esses versículos, na maioria das traduções Jó 3:2 é o menor versículo da Bíblia. Geralmente as traduções traduzem esse versículo da seguinte forma: “Disse Jó:” (ARA). A tradução NVI, por exemplo, traz apenas uma palavra nesse versículo: “Dizendo:” (NVI). Mas em outras traduções esse mesmo versículo possui mais palavras, deixando-o longe de ser o menor versículo da Bíblia. Por exemplo: “E Jó, falando, disse:” (ARC).
Êxodo 20:13 também é um versículo bem pequeno: “Não matarás” (ARA, ARC, NVI). O mesmo também pode ser dito de Isaías 37:15, onde a NVI traduz o versículo da seguinte forma: “E orou” (NVI). Mas esse mesmo versículo é traduzido de forma bem mais longa em outras traduções. Por exemplo: “E orou Ezequias ao Senhor, dizendo:” (ARC).
Já no Novo Testamento encontramos um versículo que sempre é muito lembrando como um dos menores versículos da Bíblia. Em João 11:35 lemos: “Jesus chorou” (ARC, ARA, NVI). De todos os versículos apontados como o menor versículo da Bíblia, esse versículo do Evangelho de João é o que praticamente não tem qualquer modificação no número de palavras ou letras nas diferentes traduções.
A importância do menor versículo da Bíblia
Embora haja na Bíblia versículos com apenas algumas letras, isso não significa esses versículos não sejam importantes. Aqui precisamos sempre manter em mente que a Bíblia é a Palavra de Deus, e isso inclui todas as suas palavras. O correto é afirmarmos a plena inspiração da Escritura. Isso quer dizer que a inspiração verbal do texto bíblico cobre palavra por palavra. Absolutamente nada na Palavra de Deus pode ser desprezado (cf. Mateus 5:18).
Considerando os versículos indicados como os menores da Bíblia, é fácil perceber esse princípio. Êxodo 20:13, por exemplo, registra um dos mandamentos da Lei de Deus que proíbe o assassinato.
Já João 11:35 registra o episódio em que Jesus chorou pela morte de seu amigo Lázaro. Então esse pequeno versículo, por exemplo, é uma das provas mais claras da plena humanidade de Cristo. O Filho de Deus tornou-se plenamente humano, de modo que Ele experimentou as limitações e sentimentos comuns aos homens. Sendo plenamente homem, Jesus chorou a perda de seu amigo, mas sendo plenamente Deus, Ele ressuscitou seu amigo que estava morto.
Então embora uma frase ou uma palavra seja o menor versículo da Bíblia, essa frase ou palavra faz parte da infalível e perfeita Palavra de Deus.
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Paulo não foi o único a enfatizar a prioridade do amor na vida dos santos. O apóstolo João escreveu que “aquele que não ama não conhece a Deus” (1 João 4:8; cf. 3:14; 4:19). O apóstolo Pedro também ressaltou esse princípio em sua primeira epístola (1 Pedro 4:8). Claro que tudo isto reflete o ensino do próprio Jesus, onde Ele pessoalmente ensinou que seus discípulos seriam conhecidos pelo amor demonstrado (João 13:34,35).
Alegria
A alegria é uma consequência direta do amor. Essa não é uma alegria superficial, nem mesmo significa a ausência de aflições e dificuldades. Essa alegria é aquela que o apóstolo Pedro escreveu dizendo que é “inefável e gloriosa” (1 Pedro 1:8).
Essa alegria também é a mesma que o apóstolo Paulo sentia ao dizer: “entristecidos, mas sempre alegres” (2 Coríntios 6:10). A alegria produzida pelo Espírito Santo em nós, faz com que nos alegremos mesmo diante da dor, pois somos capazes de compreender que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus (Romanos 8:28).
Paz
No livro de Salmos aprendemos que aquele que ama a Lei de Deus possui grande paz (Salmos 119:165; cf. 29:11; 37:11; 85:8). Resultante do amor, essa paz é a marca de um coração sereno. ela é uma tranquilidade experimentada verdadeiramente apenas por aqueles que são justificados mediante a fé (Romanos 5:1).
Quando alcançamos essa paz, inevitavelmente desejamos compartilhá-la, para que outros também a tenham (Mateus 5:9). Pela cruz de Cristo é que hoje temos a genuína paz.
Longanimidade
A longanimidade é a paciência característica de quem foi regenerado, que nos preserva das típicas explosões de ira tão comuns nas obras da carne (Gálatas 5:20). A paciência como fruto do Espírito Santo é fundamentada na confiança de que Deus cumprirá suas promessas. Essa certeza não nos deixa cair em desespero (2 Timóteo 4:2,8; Hebreus 6:12).
Benignidade
Sabemos que nosso Deus manifesta a benignidade (Romanos 2:4; 11:22; cf. Salmos 136:1). No ministério do Senhor Jesus narrado nos Evangelhos, podemos claramente perceber tamanha benignidade demonstrada por Ele para com os pecadores (Marcos 10:13-16; Lucas 7:11-17,36-50; 8:40-56; 13:10-17; 18:15-17; 23:24; João 8:1-11; 19:25-27).
Diretamente resultante do amor, somos aconselhados a demonstrar benignidade. Isso significa que não devemos causar dor a ninguém (Mateus 5:43-48; Lucas 6:27-38).
Bondade
A bondade pode ser traduzida como a generosidade presente no coração e expressa nas ações daqueles que são guiados pelo Espírito. É a excelência moral e espiritual produzida pelo Espírito Santo em nós que nos capacita a zelar pela verdade e pelo que é correto. Essa bondade no leva a rejeitar tudo o que é mal e perverso.
Fidelidade
A fidelidade em algumas traduções aparece traduzida como “fé”. Essa também é uma tradução correta do termo grego utilizado. Porém, devido à clara relação com a bondade e a benignidade citadas anteriormente, a tradução que mais se encaixa ao contexto é “fidelidade” ou “lealdade”.
Analisando a própria Epístola aos Gálatas, podemos perceber que faltava lealdade a muitos membros daquela comunidade cristã, não só para com Paulo (Gálatas 4:16), mas para com o próprio Evangelho (Gálatas 1:6-9; 3:1; 5:7). Assim, fidelidade como fruto do Espírito não apenas se resume à lealdade para com os homens, mas principalmente para com Deus e à sua vontade.
Mansidão
A Mansidão é o oposto da agressividade, da raiva, da violência. Sermos gentis uns para com os outros revela o fruto do Espírito em nós, e nos faz ser imitador do nosso Senhor (Mateus 11:29; 2 Coríntios 10:1).
Domínio próprio
O fruto do Espírito pode ser visto na relação que alguém tem consigo mesmo. O domínio próprio também pode ser traduzido como “temperança”. No sentido original, o termo grego descreve a capacidade de uma pessoa conter-se a si mesma. Exercendo o domínio próprio, submetemos todas as nossas vontades à obediência a Cristo.
Então sob esse aspecto, ao participarmos dignamente da Ceia do Senhor estamos genuinamente nos alimentando espiritualmente do próprio Cristo pelo poder do Espírito, e desfrutando da verdadeira comunhão de seu Corpo.
Calvino foi um dos teólogos que mais contribuiu com boas exposições acerca da interpretação adequada da celebração da Ceia. Sobre esse ponto específico, ele defende que participar da Ceia do Senhor dignamente é ter consciência da nossa própria indignidade.
Portanto, tomar a Santa Ceia do Senhor indignamente significa participar dela sem discernir seu verdadeiro propósito e significado. Tomar a Ceia indignamente é permanecer indiferente à comunhão do Corpo de Cristo, desprezando a Igreja de Deus e humilhando aqueles por quem o sangue do Cordeiro foi derramado (1 Coríntios 10:16,17; 11:20).
Portanto, participar da Santa Ceia indignamente é alimentar um espírito amargurado e favorecer uma natureza facciosa. É comer o pão e tomar o cálice com uma atitude ímpia e irrefletida. É olhar para o pecado sem qualquer disposição em se arrepender.
O perigo de tomar a Santa Ceia indignamente
Por isso tomar a Santa Ceia indignamente é um pecado tão grave. O apóstolo Paulo diz que quem participa da Ceia indignamente torna-se culpado do corpo e do sangue Senhor. Quem toma a Santa Ceia indignamente desonra o corpo e o sangue de Cristo. Por causa da impenitência diante de seu pecado, quem participa da Ceia do Senhor indignamente envergonha e insulta o Filho de Deus.
Ao invés de participar dos benefícios da expiação e proclamar a morte de Cristo, quem toma a Ceia indignamente participa da culpa daqueles que o mataram. Mas então o que deve ser feito? Como não participar da Santa Ceia indignamente?
O apóstolo Paulo fornece uma resposta clara e objetiva. Ele escreve: “Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e assim coma deste pão e beba deste cálice. Porque o que come e bebe indignamente, come e bebe para sua própria condenação, não discernindo o corpo do Senhor” (1 Coríntios 11:28,29).
Perceba que Paulo não diz que o crente deve deixar de participar da Ceia do Senhor. Mas também ele definitivamente não encoraja o crente a permanecer em sua atitude descabida. Ele diz: “Examine-se e discirna o Corpo do Senhor”.
Com a expressão “Corpo do Senhor” provavelmente o apóstolo está se referindo tanto ao próprio corpo físico de Cristo quanto à Igreja. O corpo de Cristo foi sacrificado para redimir o seu povo. Então estes redimidos são unidos a Ele, formando a Igreja. Por causa dessa união mística a Igreja é chamada de “o Corpo de Cristo”.
Tudo isso significa que para não participar da Ceia indignamente, é preciso discernir a obra redentora de Cristo. É preciso ter ciência de que o pão e vinho representam seu corpo partido e seu sangue derramado. É preciso examinar-se a si mesmo e olhar para suas falhas espirituais com arrependimento e confissão. E é preciso julgar adequadamente a santidade da celebração da comunhão para não ser aquele que tenta destruir a unidade da Igreja.
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O reinado e a morte de Jeú
Quando liderou o injustificável banho de sangue que extrapolou as ordens do Senhor, Jeú tentou se justificar apelando para seu zelo pelas coisas de Deus. Mas o verdadeiro caráter de Jeú não demorou em ser revelado.
De fato ele extirpou o culto a Baal em Israel. Todavia, por outro lado, ele apoiou o culto corrupto a Jeová em Israel que contava com imagens de touro em Dã e Betel. Sobre isso, o escritor bíblico diz: “Assim, Jeú exterminou de Israel a Baal. Porém não se apartou Jeú de seguir os pecados de Jeroboão, filho de Nebate, que fez pecar a Israel, a saber, dos bezerros de ouro que estavam em Betel e em Dã” (2 Reis 10:28).
Por ter cumprido o propósito do Senhor com relação à casa de Acabe, Deus concedeu que os filhos de Jeú, até à quarta geração, se assentassem no trono de Israel. Mas o texto bíblico inicia o relato do melancólico fim do reinado de Jeú dizendo: “Mas Jeú não teve cuidado de andar de todo o seu coração na Lei do Senhor, Deus de Israel; nem se apartou dos pecados que Jeroboão fez pecar a Israel” (2 Reis 10:31).
Tudo isso significa que o zelo religioso de Jeú na verdade se aproximava mais de um fanatismo cruel que no fundo buscava preservar sua própria ambição. Então durante seu reinado, o reino de Israel deixou de prosperar. Ele foi vassalo da Assíria e pagou tributos a Salmaneser III. Mas mesmo assim Jeú não conseguiu evitar que Hazael da Síria assolasse todos os territórios a leste do Rio Jordão (2 Reis 10:32,33).
O rei Jeú reinou sobre Israel por vinte e oito anos. Quando morreu, Jeú foi sepultado com seus antepassados em Samaria. Jeoacaz, seu filho, assumiu o trono de Israel em seu lugar (2 Reis 10:35,36).
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Diocleciano ordenou a destruição dos edifícios cristãos, a proibição dos cultos, a queima das Escrituras, a prisão, a tortura e a extinção de qualquer direito legal dos cristãos. Por fim, Diocleciano fez com que todo aquele que se recusasse a sacrificar aos deuses romanos recebesse a pena de morte.
Mas mesmo assim foi durante as perseguições imperais que a Igreja cresceu muito e se organizou de forma católica, isto é, universal, contando com um Cânon completo (Antigo e Novo Testamentos), com um credo bem definido e com uma liderança oficial.
E depois de praticamente trezentos anos de muita perseguição, os cristãos passaram a professar sua fé num contexto de paz, quando o imperador Constantino, após tomar o poder de Roma, assinou o Édito de Milão que colocou fim a qualquer perseguição aos cristãos no Império Romano.
Quando a perseguição aos cristãos chegará ao fim?
Os cristãos não foram perseguidos apenas nos primeiros séculos. O tempo passou e os cristãos continuam sendo perseguidos até os dias de hoje. Em alguns lugares a perseguição aos cristãos é mais velada e de caráter moral. Já em outros lugares essa perseguição é física, direta e violenta.
Estima-se que atualmente mais de duzentos milhões de cristãos estejam sendo diretamente perseguidos, fazendo do Cristianismo a religião mais perseguida no mundo. Por tudo isso o Cristianismo é a religião que mais produziu mártires.
No entanto, os impérios e poderes perseguidores caíram, mas o povo de Deus continuou inabalável; e essa verdade permanece válida para o presente e para o futuro. Durante as perseguições na época da Igreja Primitiva, os cristãos não oraram a Deus pedindo por proteção, mas oraram pedindo por coragem (Atos 4:24-30). Essa ainda é a mesma oração dos crentes perseguidos ao redor do mundo.
Todo esse vigor e perseverança não vem de outro lugar se não do próprio Deus. Os crentes sabem que Deus é quem mantém o seu povo firme até o fim (1 Coríntios 1:8). Mesmo assim, isso não impede que os cristãos orem a Deus perguntando: Até quando?
A própria Bíblia, no entanto, responde a essa pergunta apontando para a providência de Deus que governa todas as coisas. Os santos devem repousar na soberania de Deus sabendo que a perseguição aos cristãos chegará ao fim quando se completar o número daqueles devem ser mortos pela causa do Evangelho (Apocalipse 6:9-11). Quando esse dia chegar, o povo de Deus será vindicado e o mundo conhecerá a ira do Cordeiro (Apocalipse 6:15-17).
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📌 Qual a História da Perseguição aos Cristãos?
A perseguição aos cristãos sempre esteve presente na história da Igreja desde o seu começo. Na verdade, isso não poderia ser diferente, visto que os cristãos são chamados assim, “cristãos”, por serem seguidores de Cristo, Aquele que foi perseguido, torturado e crucificado. Inclusive, o próprio Senhor Jesus avisou a seus discípulos que tal como Ele havia sido perseguido, seus seguidores também sofreriam perseguições (João 15:20).
Algumas pessoas questionam qual o motivo da perseguição aos cristãos. A resposta para isso pode ser obtida à luz da verdade bíblica sobre esse assunto. Nós podemos dizer que a Bíblia apresenta de forma clara o que talvez possamos chamar de “teologia da perseguição”.
Como entender a perseguição aos cristãos?
O ponto inicial para compreender o motivo da perseguição aos cristãos ao longo da história da Igreja, é entender que a origem da perseguição contra os crentes é o ódio do mundo contra Deus. A Bíblia fala do homem caído como inimigo de Deus (Romanos 5:10). Em outras palavras, se o pecador tivesse o poder de matar a Deus, de fato Deus já estaria morto. A prova disso é que quando o Deus encarnado esteve neste mundo, os homens não pouparam sua vida.
Isso significa que a perseguição aos cristãos é uma tentativa do mundo de destruir a Deus e a sua obra. Se os cristãos são o povo de Deus, então aos olhos daqueles que são inimigos de Deus esse povo tem de sofrer. Basicamente este é o motivo da perseguição aos cristãos.
Mas na providência de Deus, a perseguição aos cristãos também possui um resultado positivo para a Igreja. Por mais estranho que pareça ser, os períodos em que a Igreja mais cresceu foram justamente aqueles períodos marcados pelas mais intensas perseguições. Tertuliano resumiu bem essa questão quando declarou: “O sangue dos mártires é a semente da Igreja”.
Nesse sentido, as perseguições também servem para separar os falsos crentes dos crentes verdadeiros. Diante das perseguições os crentes hipócritas recuam, porque sua fé nominal se apaga. Por outro lado, diante das perseguições os crentes verdadeiros avançam, porque sua fé genuína brilha ainda mais sob a luz de Cristo.
Na Bíblia os cristãos são identificados como “testemunhas” de Cristo (cf. Atos 1:8). O curioso é que a palavra “testemunha” traduz o grego martus, que é o mesmo termo de onde vem a palavra “mártir”. Os verdadeiros cristãos são testemunhas de Cristo que não têm suas vidas como mais preciosas que a causa do Evangelho. Os cristãos genuínos são mártires que jamais desistem.
Por isso podemos dizer que o martírio é um dom através do qual o cristão perseguido glorifica a Deus. Inácio de Antioquia tinha essa consciência quando declarou: “Sou trigo de Deus, e os dentes das feras hão de moer-me, para que possa ser oferecido como limpo pão de Cristo”.
As primeiras perseguições aos cristãos
As primeiras perseguições aos cristãos ocorreram logo nos anos iniciais da Igreja Primitiva, na era apostólica. Naquele tempo, a perseguição aos cristãos era promovida pelos judeus. Os líderes judaicos faziam de tudo para barrar o crescimento do Cristianismo.
Após o acontecimento no dia de Pentecostes, tão logo os apóstolos Pedro e João foram levados ao Sinédrio (Atos 4:1-22). Também foi durante a perseguição empreendida pelos judeus contra os cristãos, que o diácono Estêvão e o apóstolo Tiago foram mortos.
Nesse período, Paulo de Tarso também serviu como um agente da perseguição contra os crentes. Fariseu fervoroso, Paulo perseguiu implacavelmente os cristãos até o dia que teve um encontro com Cristo que o transformou de perseguidor a perseguido (Atos 9).
As perseguições iniciais trouxeram dificuldades aos cristãos. Muitos crentes tiveram que ser espalhados, e prisões e interrogatórios eram comuns na vida dos líderes da Igreja naquele tempo.
📌 O Que é “Dupla Honra” na Bíblia?
Na Bíblia, a expressão “dupla honra” significa o resultado do caráter abundante da graça restauradora de Deus. Essa expressão aparece na profecia do profeta Isaías que diz: “Em lugar da vossa vergonha, tereis dupla honra; em lugar da afronta, exultareis o dobro e tereis perpétua alegria” (Isaías 61:7).
Mas esse conceito de “dupla honra” jamais deve ser interpretado fora de seu contexto. Atualmente tem sido cada vez mais comum as pessoas usarem a expressão “dupla honra” num sentido completamente estranho às Escrituras.
A profecia acerca da “dupla honra” faz parte de uma seção do livro do profeta Isaías que trata sobre a destruição de Jerusalém que haveria de acontecer, e sobre o consequente cativeiro dos judeus. Mas essa seção também traz a maravilhosa promessa de restauração após o cativeiro (Isaías 40-66). Além disso, é nessa seção que o profeta revela um retrato vívido do Messias como o Servo Sofredor (Isaías 49-57 – especialmente Isaías 52:13-53:12).
Portanto, antes de qualquer tentativa de interpretação acerca do que significa a “dupla honra” da qual Isaías fala, é preciso considerar três pontos principais. Em primeiro lugar, essa expressão aparece dentro de uma mensagem consoladora. Essa mensagem foi primariamente dirigida a um grupo de judeus refugiados numa terra estranha.
Em segundo lugar, ao mesmo tempo em que esses judeus conviviam com a expectativa de retorno à sua terra amada, eles tinham que lidar com o desânimo diante da longa viagem de volta e da desafiadora tarefa de reconstrução que tinham que desempenhar.
Em terceiro lugar, muito dessa profecia vai além de sua aplicação primária. Isso significa que ela encontra seu cumprimento pleno em Cristo e nas bênçãos da redenção providas por Ele ao Seu povo. Tendo entendido esse contexto, vejamos o significado correto do que é a dupla honra na Bíblia.
Em lugar da vergonha… Em lugar da afronta…
O capítulo 61 de Isaías começa com uma declaração que foi aplicada pelo próprio Cristo a si mesmo no Novo Testamento (Isaías 61:1,2; cf. Lucas 3:22; 4:18,19). Então obviamente isso deixa claro que o tema principal do capítulo fala sobre as boas-novas da salvação através do ministério do Messias.
O texto bíblico diz que “em lugar da vergonha, tereis dupla honra”. Na sequência imediata, ainda lemos: “em lugar da afronta, exultareis o dobro e tereis perpétua alegria”.
As expressões “em lugar da vergonha” e “em lugar da afronta” retratam as experiências dos exilados judeus na Babilônia no século 6 a.C. No cativeiro, longe de sua pátria, distante da Terra Prometida, o povo da aliança foi envergonhado e afrontado. Aqui vale lembrar que todo o processo do cativeiro serviu como julgamento de Deus por causa do pecado de Judá.
Porém, através de seus profetas o Senhor anunciou que a vergonha e a afronta não durariam para sempre. O cativeiro chegaria ao fim e o remanescente fiel seria restaurado.
Historicamente, de fato isso aconteceu, e os judeus foram honrados. Deus é fiel à sua Palavra. O Deus que conduz a História providenciou a libertação de seu povo através do decreto de um rei estrangeiro. Ele também levantou homens valorosos como Neemias, Esdras e Zorobabel para se ocuparem da restauração política e religiosa de Judá. Nesse tempo, através dos profetas Ageu, Malaquias e Zacarias, Deus corrigiu, exortou e encorajou o seu povo.
Mas toda aquela exultação da restauração após o duro exílio apontava para uma realidade ainda maior; apontava para uma bênção superior. Apesar da retomada da posse da terra e da reconstrução de Jerusalém e de seu Templo, humanamente falando ainda assim as realizações pós-exílio não podiam ser comparadas aos tempos áureos de Davi e Salomão.
Inclusive, os judeus ficaram desanimados durante a edificação do Templo, pois sabiam que o Templo de Salomão que havia sido destruído era muito mais imponente que aquele que eles estavam construindo. Então onde se encaixa a promessa de dupla honra? De exultação em dobro? De alegria perpétua?
📌 Deus Tem Ciúmes de Nós?
Sem dúvida é correto dizer que Deus tem ciúmes de nós. Há vários textos bíblicos que mostram Deus como um marido que tem ciúme de seu povo que frequentemente é representado na Bíblia pela figura de uma esposa amada.
A Bíblia deixa claro que Deus não aceita dividir Sua honra e Sua glória com ninguém. Os dois primeiros mandamentos falam justamente sobre isso. Neles Deus proíbe que Seu povo tenha outros deuses diante dele e pratique a idolatria. O motivo disso é que Deus é zeloso (Êxodo 20:3-5). Nesse contexto, a palavra “zeloso” também pode ser traduzida como “ciumento”, no sentido de um ardor emocional que zela e preserva.
Então as passagens bíblicas que dizem que Deus é Deus zeloso, significam, basicamente, que Ele tem ciúme (cf. Êxodo 34:14). Mas muitas vezes Israel desprezou o zelo do Senhor e se tornou alvo de seu juízo (cf. Números 25:11). O profeta Ezequiel, por exemplo, teve uma visão das abominações em Jerusalém e de uma imagem que provocava ciúme em Deus (Ezequiel 8:3).
Para Deus a idolatria é adultério espiritual. Então quando a nação de Israel cultuava outros deuses, ela era vista pelo Senhor como uma mulher adultera; e é nesse contexto que Deus é apresentado nas Escrituras como um marido indignado (cf. Ezequiel 16:38-43).
No Novo Testamento o apóstolo Paulo adverte os crentes a não provocarem ciúmes no Senhor através de qualquer idolatria (1 Coríntios 10:22; cf. Deuteronômio 32:16-21).
O ciúme de Deus não é como o ciúme humano
Mas é preciso entender que o ciúme de Deus por nós não pode ser entendido sob a base do ciúme humano em seu aspecto doentio e pecaminoso. Quando falamos que Deus tem ciúmes de nós, estamos recorrendo a uma figura de linguagem com o objetivo de explicar um sentimento próprio de Deus em termos humanos.
Essa figura de linguagem é chamada de antropopatismo. Os escritores bíblicos usam o recurso do antropopatismo basicamente quando eles atribuem a Deus características de sentimentos que são comuns aos homens.
Aqui podemos citar como exemplo aquelas passagens bíblicas que dizem que Deus se arrependeu de alguma coisa. Nessas passagens, o objetivo dos escritores bíblicos é tentar explicar um sentimento de Deus que em certa medida se assemelha a um sentimento humano, mas que não é essencialmente igual. Podemos dizer que a ideia de que Deus tem ciúmes de nós entra nessa categoria.
Como foi dito, o ciúme que a Bíblia diz que Deus sente por seu povo jamais deve ser confundido com o comportamento desequilibrado e fora de razão de uma pessoa ciumenta. Na verdade quando dizemos que Deus tem ciúmes de nós simplesmente estamos dizendo que Deus nos ama e exige de nós atenção exclusiva, fidelidade absoluta e completa adoração.
O ciúme, a honra e a glória de Deus
O ciúme de Deus é um ciúme de zelo e de preservação, que em primeiro lugar está comprometido com a Sua própria glória e com a honra de Seu nome (Êxodo 34:14); e então se estende sobre o povo que lhe pertence. Isso significa que o zelo de Deus por Seu santo nome exige devoção exclusiva de seu povo.
Portanto, ao contrário das doutrinas humanistas que têm se espalhado por aí, Deus tem ciúmes de nós não porque somos tão importantes que Ele não saberia o que fazer se nos perdesse; mas Deus tem ciúmes de nós porque Ele nos elegeu nele antes da fundação do mundo para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em amor, e nos redimiu através do sangue de Seu Filho para o louvor da Sua glória (Efésios1:1-14). Por isso Paulo escreve: “Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém!” (Romanos 11:36).
A conexão entre o ciúme zeloso de Deus, Sua glória e Seu povo, pode ser percebida nas palavras do apóstolo Pedro. Ele diz: “Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus; a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (1 Pedro 2:9).
Não bastava apenas ser um beijo, era preciso ser um beijo santo – visto que um beijo poderia ser usado, inclusive, como símbolo de uma traição. Então nas palavras do apóstolo, o ósculo precisava ser uma demonstração genuína do amor fraternal entre pessoas que estavam unidas em Cristo.
Também vale dizer que o ósculo santo não tinha nenhuma conotação sensual; nem mesmo causava algum tipo de escândalo ou constrangimento entre os cristãos. Se fosse assim, essa prática não teria sido chamava de “santa” nas epístolas bíblicas.
O apóstolo Pedro, em sua primeira carta, se refere a essa prática como “ósculo de amor” (1 Pedro 5:14). A palavra “amor” nessa expressão traduz o grego agape. Isso implica um amor muito mais elevado do que o afeto comum entre amigos e familiares. Assim, além de philema, que nesse contexto significa especialmente o cumprimento como sinal de afeição fraterna entre os cristãos, o apóstolo adiciona também o agape.
Entendendo o correto significado de ágape, fica claro então que o apóstolo aconselha que os verdadeiros seguidores de Cristo não se omitam em expressar seu amor até mesmo por aqueles a quem não possuem nenhum afeto. Isso pode parecer contraditório, mas não é! O Espírito Santo é quem capacita os redimidos para que eles possam demonstrar um amor tão abnegado.
Atos 20:37 é uma passagem que demonstra o uso prático do ósculo santo. Nessa passagem os presbíteros de Éfeso abraçaram e beijaram Paulo em sua despedida.
Devemos saudar com o ósculo santo atualmente?
Será que a prática do ósculo santo deve ser vista pelos cristãos como uma norma bíblica que deve ser adotada e obedecida?
Justino Mártir, na metade do século 2 d.C., foi o primeiro entre os Pais da Igreja a fazer menção da prática dos cristãos saudarem uns aos outros com ósculo santo. Segundo seu relato, essa prática era uma parte costumeira do culto cristão. Segundo ele, as pessoas saudavam umas as outras com o ósculo na conclusão das orações. Há indícios também de que esse cumprimento era utilizado, especialmente, antes da celebração da Ceia do Senhor.
Diante de tudo isso, levanta-se a dúvida se devemos ou não saudar com o ósculo santo na atualidade. A resposta para essa duvida é bastante simples. Basta apenas entendermos que o que está sendo enfatizado na expressão “ósculo santo” não é o “ósculo” em si, mas o adjetivo “santo”.
Em outras palavras, as passagens bíblicas que falam do ósculo santo trazem, sobretudo, uma exortação sobre a prática do amor fraternal entre os cristãos. Esse amor é muito diferente daquele experimentado nos relacionamentos mundanos.
Então a Bíblia ensina que a saudação entre os redimidos deve ser condizente com o amor que eles compartilham em Cristo. Essa saudação deve expressar uma comunhão pura e genuína; uma comunhão que reflete o amor, a paz e a harmonia que existe entre os membros do corpo de Cristo.
Como a saudação com beijo era um costume típico daquela época e região, obviamente foi a essa prática que os apóstolos se referiram ao falar da pureza que deve haver nas saudações dos crentes. Em nossa cultura, as saudações típicas geralmente incluem um aperto de mão ou abraço. De qualquer forma, o objetivo principal das saudações, seja ela qual for, é demonstrar respeito e afeto.
Logo, a prática do ósculo santo não pode ser entendida como uma ordem apostólica que deve ser observada como parte do culto cristão. O que deve ser obedecido é a exortação de que aqueles que pertencem à Igreja de Cristo naturalmente devem demonstrar pureza, amor e legitimidade em seus relacionamentos interpessoais.
Portanto, a utilização do ósculo santo, do abraço, do aperto de mão ou qualquer outra forma legitima de cumprimento e saudação, deve depender do costume de cada região ou mesmo da comunidade cristã local. Se uma comunidade cristã adotar o costume de se cumprimentar com ósculo, que isso então não seja entendido como um tipo de sinal de superioridade e santificação. Infelizmente algumas pessoas enxergam o ósculo santo até mesmo como algo místico. Claro que isto é contrário ao ensinamento bíblico.
Jó: a data é desconhecida. Mas embora o livro registre uma história do tempo patriarcal, seu estilo literário teve grande produção entre 970 e 586 a.C.
Cânticos dos Cânticos de Salomão: entre 960 e 931 a.C.
Provérbios: cerca de 960 a 686 a.C.
Eclesiastes: entre 930 e 586 a.C.
1 e 2 Samuel: entre 931 e 538 a.C.
Obadias: entre de 848 e 586 a.C. A data mais recuada localiza a data do livro durante o reinado de Jeorão. A data mais recente posiciona a composição do livro no período próximo ao exílio na Babilônia.
Joel: entre 835 e 400 a.C. A data mais recuada posiciona a composição do livro durante o reinado de Joás.
Amós: entre 760 e 750 a.C.
Oseias: entre 760 a 722 a.C.
Jonas: entre 755 e 613 a.C.
Miqueias: entre 742 e 686 a.C.
Isaías: entre 700 e 650 a.C.
Sofonias: entre 640 e 621 a.C.
Naum: entre 663 e 612 a.C.
Habacuque: entre 605 e 600 a.C.
Ezequiel: 593 e 570 a.C.
Lamentações: entre 586 e 516 a.C.
Jeremias: entre 586 e 539 a.C.
1 e 2 Reis: entre 560 e 538 a.C.
Daniel: provavelmente após 539 a.C.
Ageu: em aproximadamente 520 a.C.
Zacarias: entre 520 e 470 a.C.
1 e 2 Crônicas: entre 520 e 400 a.C.
Ester: entre 460 e 331 a.C.
Malaquias: entre 458 e 424 a.C.
Esdras e Neemias: entre 430 e 400 a.C.
Cronologia dos livros do Novo Testamento por data de escrita
Tiago: entre 44 e 62 d.C.
Gálatas: entre 49 e 55 d.C.
1 e 2 Tessalonicenses: entre 50 e 51 d.C.
1 e 2 Coríntios: aproximadamente 55 d.C.
Romanos: entre 55 e 57 d.C.
Mateus, Marcos e Lucas: entre 60 e 70 d.C.
Efésios, Filipenses, Colossenses e Filemom: entre 60 e 62 d.C.
1 Pedro: entre 60 e 68 d.C.
1 Timóteo e Tito: entre 62 e 64 d.C.
Atos: aproximadamente 63 d.C.
2 Timóteo: entre 64 e 68 d.C.
2 Pedro: entre 65 e 67 d.C.
Judas: entre 65 e 69 d.C.
Hebreus: antes de 70 d.C.
João: entre 85 e 90 d.C.
3 João: entre 80 e 90 d.C.
1 e 2 João: entre 85 e 95 d.C.
Apocalipse: entre 94 e 96 d.C. Alguns estudiosos sugerem uma data mais recuada para a composição do livro, antes da queda de Jerusalém em 70 d.C.
Como foi dito, a leitura dos livros da Bíblia em ordem cronológica possui algumas dificuldades e exige esforço por parte dos leitores. Isso, no entanto, não é devido a alguma incoerência bíblica, algum erro ou contradição. Essa dificuldade ocorre simplesmente pela complexidade de estipular as datas de alguns eventos que ocorreram há muito tempo.
Mas mantendo alguma tolerância de datas, a leitura dos livros da Bíblia em ordem cronológica não apenas é possível como também auxilia o leitor a entender melhor o contexto geral e o pano de fundo das histórias registradas na Bíblia.
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📌 Como Ler os Livros da Bíblia em Ordem Cronológica?
Ler os livros da Bíblia em ordem cronológica não é uma tarefa fácil, mas é possível. A dificuldade ocorre pelo fato de a organização natural dos livros da Bíblia não seguir uma cronologia. Na Bíblia, os livros estão organizados por estilo e gênero literário: livros históricos, poéticos, proféticos e epístolas. E dentro dessas categorias ainda temos subdivisões, como por exemplo, os livros da Lei e os Evangelhos.
Essa organização, pelo menos no que diz respeito ao Antigo Testamento, deriva da organização adotada na Septuaginta, que é a tradução grega da Bíblia hebraica. Mas até mesmo os livros da Bíblia hebraica não estão em ordem cronológica.
Então o leitor que deseja ler os livros da Bíblia em ordem cronológica, precisa ter ciência de que alguns arranjos precisam ser feitos, e mesmo assim deve haver uma margem de tolerância quanto as datas. Isso porque não é possível determinar com exatidão as datas de alguns acontecimentos bíblicos. Então o correto é sempre manter em mente que a ordem cronológica dos livros da Bíblia é uma ordem aproximada, e não absoluta.
Além disso, uma coisa é ler os livros da Bíblia em ordem cronológica de acontecimentos históricos, e outra coisa é ler os livros da Bíblia em ordem cronológica de composição. Isso acontece porque alguns livros foram escritos muito tempo depois dos acontecimentos que eles registram, enquanto outros não é possível determinar exatamente a data em que foram escritos.
Ordem cronológica dos livros da Bíblia por contexto histórico
Tendo em vista as limitações e a dificuldade em estipular as datas históricas de alguns acontecimentos bíblicos, podemos apresentar uma classificação em ordem cronológica dos livros da Bíblia da seguinte forma:
Leitura em ordem cronológica do Antigo Testamento
Gênesis e Jó.
A leitura deve começar pelo livro de Gênesis. Mas após o capítulo 11, o leitor deve combinar a leitura de Gênesis com a leitura do livro de Jó. Isso porque Jó registra uma história que aconteceu no tempo dos patriarcas pós-diluvianos.
Êxodo, Levítico e o Salmo 90.
Terminando os livros de Gênesis e Jó, o leitor deve seguir para a leitura do livro de Êxodo. No ponto da narrativa em que o povo de Israel chega ao Sinai, o leitor deve combinar a leitura do livro de Levítico. Em algum momento da segunda parte do livro de Êxodo, o leitor deve ler o Salmo 90, escrito por Moisés.
Números e Deuteronômio.
O livro de Números registra a sequência alguns eventos que aconteceram após a conclusão da história da construção do Tabernáculo no final do livro de Êxodo. Nesse tempo Deus começou a preparar o exército de Israel. O livro de Deuteronômio registra os acontecimentos da segunda geração do êxodo, terminando com a morte de Moisés. O leitor pode ler os dois livros simultaneamente ou um após o outro.
Josué, Juízes e Rute.
Josué registra a entrada de Israel em Canaã sob a liderança de Josué. O livro de Juízes registra a liderança daqueles que julgaram Israel após a morte de Josué. Chegando ao capítulo 10 de Juízes, o leitor deve iniciar a leitura do livro de Rute, pois provavelmente sua história ocorreu quando Jair jugou Israel.
1 e 2 Samuel e 1 Crônicas.
A leitura deve começar com o livro de 1 Samuel que registra o fim do período dos juízes e o início da monarquia em Israel. Ao chegar no último capítulo de 1 Samuel, o leitor deve iniciar a leitura de 1 Crônicas a partir do capítulo 10 e combinar sua leitura com a leitura de 2 Samuel.
1 e 2 Reis, 2 Crônicas, Salmos, Provérbios, Eclesiastes, Cantares de Salomão, Joel, Amós, Jonas, Oseias, Miqueias, Isaías, Naum, Sofonias, Jeremias, Habacuque, Ezequiel, Obadias, Ageu, Zacarias, Ester, Malaquias, Esdras e Neemias.
Sem dúvida nesse ponto a leitura dos livros da Bíblia em ordem cronológica por contexto histórico fica um tanto quanto complicada. Mas o leitor deve considerar que os livros de 1 e 2 Reis e 2 Crônicas, fazem um panorama geral do período da monarquia em Israel a partir do reinado do rei Salomão.
📌 O Que é o Culto Racional?
O culto racional é a entrega total do crente em adoração ao Senhor, com entendimento acerca das bênçãos da salvação. Isso significa se oferecer integralmente a Deus em um culto espiritual.
O versículo bíblico define o culto racional como sendo a apresentação dos nossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus (Romanos 12:1). O apóstolo Paulo escreveu essas palavras ao falar sobre qual deve ser nossa relação com Deus, uma vez que, pelas misericórdias divinas, fomos redimidos e justificados por meio da fé em Cristo Jesus.
É nesse contexto que o apóstolo enfatiza que um corpo consagrado e uma mente renovada é a resposta esperada à luz da compreensão da redenção providenciada por Deus. Nesse sentido surge uma questão: De que tipo de culto Paulo esta falando?
A que se refere o culto racional?
Os estudiosos têm respondido esta pergunta de duas maneiras diferentes. Uma parte deles diz que ao falar do culto racional, Paulo tem em mente o culto público; ou seja, o tipo de culto que é oferecido a Deus quando nos reunimos como uma comunidade cristã.
A ideia então é que o apóstolo está fazendo um contraste direto entre o culto do Antigo Testamento, com todas as suas características e formalidades, e o culto que os crentes devem apresentar na nova dispensação. O culto público deve ser apresentado adequadamente pelos crentes como resultado das misericórdias de Deus.
Outra parte dos estudiosos diz que ao falar do culto racional na Carta aos Romanos, Paulo tem em mente a própria vida do crente como um culto diário ao Senhor. Nesse caso também se reconhece que Paulo contrasta a ideia do culto espiritual sacerdotal do Antigo Testamento com a adoração dos crentes do Novo Testamento; mas ele faz isso enfocando as implicações práticas no dia a dia do cristão.
Em outras palavras, Paulo estaria falando de viver em novidade de vida; de cultuar a Deus com toda inteireza de nosso ser, adorando-o em todas as áreas de nossas vidas. Falando sobre isso, John Stott explica que o culto racional não é para ser prestado nas cortes do templo ou no edifício da igreja; mas sim na vida do lar e no mercado de trabalho. É a apresentação de nossos corpos a Deus.
De fato as duas interpretações são possíveis no contexto de Romanos 12. Mas a segunda interpretação não necessariamente exclui a primeira. Se o culto racional é a consagração do nosso corpo ao Senhor diariamente, ele também inclui o culto público; visto que reunir-se com a comunidade do santos para cultuar a Deus publicamente é uma atividade que faz parte do dia a dia do verdadeiro cristão. W. W. Wiersbe diz que cada dia é uma experiência de adoração a Deus.
Culto racional ou culto espiritual?
Paulo usa uma expressão grega que geralmente é traduzida em português como “culto racional”. Mas essa expressão tem gerado alguns debates entre os intérpretes bíblicos. A palavra “culto” refere-se ao serviço a Deus que envolve a consagração ilimitada da pessoa em tudo o que ela é, possui e faz para o Senhor.
Mas e quanto à palavra “racional”? Essa palavra traduz um termo grego de onde vem a nossa palavra “lógica”. Originalmente esse termo pode significar tanto “razoável” quanto “racional”.
No entanto, como bem lembra William Hendriksen, o significado de uma palavra não é definido antes de tudo por sua etimologia; mas por seu uso em dados contextos. Por isso algumas traduções como a King James e a Bíblia de Jerusalém, ao invés de “culto racional” trazem “culto espiritual”.
Se o sentido for o de “razoável”, então o que Paulo quer dizer é que aqueles que têm sido grandemente abençoados pelas misericórdias de Deus, logicamente devem se oferecer a Ele em sua completude; devem se apresentar a Ele como sacrifícios vivos, santos e agradáveis. Essa é a única resposta razoável, lógica ou apropriada de os crentes responderem em gratidão ao Senhor por suas misericórdias.
📌 Onde Deus Está?
Deus está em toda parte. Isso significa que Ele existe em todos os lugares ao mesmo tempo. Não há um único milímetro do vasto universo que não esteja diante da presença de Deus.
Mas a pergunta sobre onde Deus está precisa ser respondida com cuidado para que não ocorra qualquer conceito equivocado enraizado em ideias panteístas. Afirmar que Deus está em todos os lugares não quer dizer que Ele é todos os lugares.
Na verdade a Bíblia indica onde Deus está apontando para sua onipresença. A onipresença é um dos atributos incomunicáveis de Deus, ou seja, somente Deus é onipresente. Esse atributo Ele não compartilha com nenhuma de suas criaturas. Portanto, nenhum outro ser está presente em todos os lugares, somente Deus.
Como Deus está presente em toda parte?
Diferentemente dos conceitos panteístas que confundem Deus com o mundo e afirmam que Deus é tudo e tudo é Deus, a verdadeira doutrina bíblica fala da presença de Deus em todos os lugares tanto de forma transcendente quanto imanente.
Deus não está sujeito as limitações do espaço e do tempo. Ele é absolutamente transcendente ao mundo. Ele não se confunde com a sua criação, isto é, Ele não é parte da criação e nem depende dela para nada. Ele é auto-existente e governa todas as coisas de forma onipotente e soberana.
Portanto, se nada existisse, ainda assim Deus seria Deus em toda sua plenitude. Uma grande declaração acerca da presença transcendente de Deus é o próprio nome divino revelado nas Escrituras. Quando Moisés perguntou o nome de Deus, Ele respondeu: “EU SOU O QUE SOU” (Êxodo 3:13,14).
Mas também é verdade que a Bíblia diz que o Deus transcendente que está em todos os lugares, também se relaciona diretamente com a sua criação. Sua presença permeia todas as coisas numa relação de imanência que definitivamente foge à nossa compreensão.
Deus não depende de forma alguma de sua criação para existir, mas sua criação depende inteiramente d’Ele para existir. Mas aqui mais uma vez é importante lembrar que a criação não é parte de Deus, e nem Deus é parte da criação. A relação imanente de Deus com o mundo se dá pelo fato de que Ele é o sustentador de todas as coisas (Colossenses 1:17; Hebreus 1:3). Como tal, Ele se envolve com sua criação e se aproxima dela.
Então à luz de toda essa verdade, o questionamento acerca de onde está Deus pode ser respondido da seguinte forma: Deus está presente em toda parte na plenitude do seu ser e do seu poder. Sua presença é absoluta e nada lhe passa despercebido; ninguém escapa de sua face. Ao mesmo tempo, essa presença não é apenas transcendente, mas também imanente. Ele dispensa sua atenção ilimitada a todos os fatos e a todas as suas criaturas ao mesmo tempo, sustentando a tudo de forma providencial (Atos 17:28).
Deus está presente em algum lugar de forma especial?
De forma geral, o atributo da onipresença de Deus implica na realidade de que tudo está igualmente perante a presença do Senhor. É impossível que alguém esteja distante d’Ele. Todas as criaturas, tanto do mundo físico quanto do mundo espiritual, estão continuamente na presença de Deus.
Nesse sentido, Ele está absolutamente em todos os lugares (Salmo 139:7-10; Jeremias 23:24). Através do profeta Jeremias, o próprio Deus diz: “Acaso sou Deus apenas de perto, e não também de longe?” (Jeremias 23:23; cf. Atos 17:27,28). A Bíblia vai ainda mais além, e ensina que os céus e a terra não podem conter sua presença (1 Reis 8:27; Isaías 66:1; Atos 7:48,49).
Mas a Bíblia também usa algumas expressões para indicar que, num outro sentido, Deus também está presente de forma especial em alguns lugares. A Bíblia diz que Deus governa todas as coisas dos céus. O salmista escreve: “Nos céus, estabeleceu o SENHOR o seu trono, e o seu reino domina sobre tudo” (Salmo 103:19; cf. 1 Crônicas 6:21).
Na Antiga Aliança, Deus ordenou a construção de um Santuário para que Ele habitasse no meio do seu povo (Êxodo 25:8). Dentro do Tabernáculo, no Santo dos Santos, diante do propiciatório, Deus se fazia presente de forma especial (Levítico 16:2).
A mensagem do Antigo Testamento
Os primeiros cinco livros do Antigo Testamento relatam a história da criação do mundo e a formação do povo de Israel. Esses livros mostram que a família de Abraão foi escolhida por Deus, e através dela a nação de Israel foi formada.
Essa nação cresceu durante o tempo em que esteve no Egito, de onde foi poderosamente libertada por Deus. Depois, Deus guiou essa nação pelo deserto rumo à terra prometida. Durante esse tempo a Lei foi dada, regulamentando a vida civil e religiosa da comunidade da aliança.
Os livros históricos registram os acontecimentos que ocorreram desde à chegada dos israelitas à Terra Prometida até o período pós-exílio. Esse foi um espaço de tempo de quase mil anos. Nesse período, primeiro o povo de Israel foi organizado em confederações no tempo dos juízes, e depois foi unido numa monarquia. Mas após o reinado do rei Salomão, o reino unificado de Israel foi dividido em dois reinos: Reino do Norte (Israel) e Reino do Sul (Judá).
Por causa do pecado, ambos os reinos foram conquistados por nações estrangeiras. Primeiro, o Reino do Norte foi conquistado pelo Império Assírio, e depois o Reino do Sul foi conquistado pelo Império Babilônico. Já os livros proféticos registram os oráculos de Deus através dos profetas durante todo esse período.
Por fim, os livros poéticos foram escritos ao longo desse período. O livro de Jó conta a história de um homem que provavelmente viveu no período patriarcal. O livro de Salmos traz uma coleção de cânticos desde o tempo de Moisés até o tempo da monarquia, quando também foram escritos os demais livros poéticos.
Mas de forma geral, a grande mensagem do Antigo Testamento é a história da redenção que continua também no Novo Testamento. Na verdade, o Antigo Testamento prepara e anuncia o que é revelado e cumprido no Novo Testamento. Nesse sentido, o Antigo Testamento mostra como Deus escolheu para si um povo através do qual seu Filho haveria de vir ao mundo. A mensagem do Antigo Testamento revela a forma como Deus preparou todas as coisas para que o seu propósito redentor fosse cumprido.
A importância do Antigo Testamento
O Antigo Testamento é Escritura Sagrada e, portanto, indispensável a todo cristão. O apóstolo Paulo escreve que “Toda Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça; a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra” (2 Timóteo 3:16,17). Então ninguém tem permissão para descartar qualquer parte da Escritura dada por Deus.
Além disso, o escritor de Hebreus explica que “havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos nestes últimos dias pelo Filho” (Hebreus 1:1). Isso mostra o caráter preparatório do Antigo Testamento. Jamais poderíamos entender o Novo Testamento e reconhecer a importância da obra de Cristo, sem o Antigo Testamento.
Portanto, o Antigo Testamento é um testemunho claro das ações soberanas de Deus na história, e uma prova nítida da identidade de Cristo. É absolutamente impossível pensar no conceito de salvação pela graça mediante a fé, se o Antigo Testamento não for recebido como Palavra de Deus (cf. Romanos 3:21; 2 Timóteo 3:15).
Embora os crentes estejam agora sob uma nova aliança em Cristo, a mensagem do Antigo Testamento não foi invalidada. Essa mensagem continua revelando a verdade de Deus ao mundo e o seu propósito de salvação para o louvor de sua glória. Por fim, o próprio Cristo fez uso da Escritura do Antigo Testamento. Então se essa Escritura foi importante para Cristo, certamente ela também é indispensável para nós.
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📌 Quais São os Tipos de Salmos?
Os salmos podem ser classificados em diferentes tipos de acordo com suas características literárias. Os tipos de salmos mais comumente identificados são: salmos de louvor, salmos de lamento, salmos de ação de graças, salmos de romagem, salmos reais, salmos sapienciais e salmos imprecatórios.
Essa organização dos salmos em grupos indica que apesar de a poesia ser a característica literária elementar de todos os salmos, há uma variedade de gêneros literários no saltério. Saber que há diferentes tipos de salmos é muito útil para um melhor estudo e compreensão da poesia bíblica.
Os tipos de salmos
Embora os eruditos que são especialistas em poesia hebraica classificam os salmos em diferentes tipos, não há uma lista oficial específica que indica quais são esses tipos. Isso significa que pode haver alguma diferença entre uma lista e outra na classificação dos salmos.
Alguns estudiosos apresentam uma lista mais extensa e detalhada, enquanto outros preferem adotar uma lista mais simples e com um menor número de categorias. Também é possível que um único salmo possa ser contado em mais de uma categoria. Por exemplo: um salmo de romagem também pode ser um salmo de ação de graças (cf. Salmo 129).
As categorias mais comuns em que os salmos são classificados geralmente são:
1. Salmos de louvor e adoração
Também chamados de “salmos de entronização”, esses salmos apresentam uma poesia cujo tema principal é exaltar e louvar ao Senhor. Nesse tipo de salmo o governo soberano de Deus é enfatizado, e Deus é louvado pelo que Ele é, especialmente pela revelação de seus atributos. Alguns exemplos de salmos de louvor são: Salmos 8; 24; 29; 33; 47; 48; etc.
2. Salmos de lamento
Os salmos de lamento normalmente expressam a necessidade pelo socorro de Deus diante de determinada circunstância. Os salmos de lamento podem trazer tanto uma lamentação individual quanto coletiva. Nesse tipo de salmo, o salmista derrama suas inquietudes perante o Senhor. Nos salmos de lamento o salmista externa as aflições da vida. Alguns salmos de lamento são: Salmos 12; 25; 39; 51; 86; 102; 120; etc.
3. Salmos de ação de graças
Os salmos de ação de graças expressam gratidão pelas bênçãos divinas. Nesse tipo de salmo o salmista geralmente agradece ao Senhor por sua provisão e por tê-lo escutado em seu lamento. São exemplos de salmos de ação de graças: Salmos 18; 66; 138; etc.
4. Salmos de romagem
São salmos de peregrinação que instruem os fieis quanto à consciência de buscar ao Senhor e ao mesmo tempo preparam uma disposição apropriada para a adoração. Os salmos de romagem são: Salmos 120-134. Saiba mais sobre os salmos de romagem.
5. Salmos reais
Os salmos reais são aqueles salmos que falam principalmente da realeza de Deus, embora também tratem da realeza do rei humano que age como representante de Deus no governo do seu povo. Em outras palavras, os salmos reais focalizam tanto o governo universal de Deus quanto o governo mediador da casa de Davi.
Mas uma vez que o propósito do reinado davídico encontra seu cumprimento pleno e final no reinado de Cristo, o grande Filho de Davi, historicamente muitos dos salmos reais têm sido interpretados como que apontando para o Messias. Isso significa que, nesse sentido, eles também podem ser salmos messiânicos. Alguns exemplos de salmos reais são: Salmos 2; 20; 21; 45; etc.
6. Salmos sapienciais
São os salmos de sabedoria que trazem instruções quanto à vontade de Deus para a vida humana. Isso quer dizer que os salmos sapienciais fornecem orientações práticas para a vida do crente neste mundo. Um tema marcante nos salmos sapienciais é o contraste entre os justos e os ímpios. Alguns exemplos de salmos sapienciais são: Salmos 1; 37; 49; 119; etc.
7. Salmos imprecatórios
Os salmos imprecatórios são aqueles que invocam a ira e o castigo divino sobre os inimigos de Deus e de seu povo. Por isso esse tipo de salmo é conhecido por registrar certas maldições à medida que o salmista suplica pela vindicação dos justos e clama para que Deus castigue os ímpios.
A importância do fruto do Espírito
É evidente o contraste entre as obras da carne e o fruto do Espírito. Diante da depravação da natureza humana, sabemos que seria impossível ao homem exercer tais virtudes. É por isso que o Espírito Santo é quem nos capacita a exercê-las. Portanto, demonstrar o fruto do Espírito em nossas vidas não é uma questão de auto-justiça ou mérito próprio, mas de submissão à direção e domínio do Espírito Santo.
Em sua exposição sobre o fruto do Espírito, Paulo continua dizendo que “contra tais coisas não existe Lei” (Gálatas 5:23). Com isto ele quer dizer que não há qualquer restrição a esse modo de vida santo caracterizado pelo fruto do Espírito Santo. Além disso, é vivendo assim que desfrutamos da verdadeira liberdade em Cristo.
Paulo também deixou claro que a única maneira de vivermos o fruto do Espírito em nossas vidas é através da nossa união com Cristo. Essa união reflete nossa completa dependência d’Ele. Nós não somos capazes de exibir por nossa própria força, essas virtudes que fundamentam o caráter cristão.
Assim, o apóstolo nos ensina que “os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne, com suas paixões e concupiscências” (Gálatas 5:24). Jesus levou consigo na cruz a nossa natureza carnal. Portanto, nossa carne e os desejos provenientes dela que nos escravizavam, foram crucificados com Cristo. O golpe fatal já foi dado! Deus já providenciou tudo o que precisamos para vivermos em novidade de vida de uma forma que o agrada.
O fruto do Espírito na vida cristã
No entanto, cabe a nós agora vivermos na prática o que somos em princípio. Se nossa carne foi crucificada com Cristo, então agora vivemos no Espírito. Se o Espírito é a fonte de nossas vidas, se é Ele quem nos capacita a vivermos em retidão, então devemos entregar completamente nossos passos a Ele. Por isso o apóstolo escreve: “se vivemos pelo Espírito, andemos também pelo Espírito” (Gálatas 5:25).
Se somos verdadeiramente seguidores de Cristo, necessariamente devemos viver de uma maneira compatível à nossa fé. A vida cristã deve ser completamente dependente do poder que o Espírito Santo nos concede de mortificar as paixões e desejos carnais, revelando em nossa conduta os efeitos da cruz de Cristo.
Como servos do Senhor, a primeira coisa que deve ser notado em nosso modo de viver é o fruto do Espírito. Se olharmos para nossa própria vida e não enxergarmos o fruto do Espírito nela, então pode ser que nossas raízes não estejam no Calvário.
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📌 O Fruto do Espírito Santo
O fruto do Espírito é uma seleção de virtudes produzidas pelo Espírito Santo na vida daqueles que foram feitos novas criaturas. Esse fruto resulta em uma conduta de vida integra e de acordo com a vontade de Deus. O fruto do Espírito Santo é descrito pelo apóstolo Paulo em Gálatas 5:22,23.
Neste estudo bíblico, entenderemos melhor o que é o fruto do Espírito e qual o seu significado e implicação na vida dos seguidores de Cristo.
O que é o fruto do Espírito?
Antes de falarmos sobre o fruto do Espírito, precisamos saber que nos versículos anteriores (Gálatas 5:19-21) o apóstolo Paulo falou sobre os perigos das obras da carne. Essas obras são uma seleção de práticas pecaminosas decorrentes da natureza decaída do homem.
O fruto do Espírito é mencionado dentro de um capítulo onde Paulo faz uma exposição acerca da liberdade que há em Cristo. Ele fornece uma contraposição com as restrições impostas pelo legalismo que estava sendo pregado na comunidade cristã da Galácia. Além disso, o apóstolo enfatizou que o julgo da Lei não é capaz de fazer com que alguém viva de acordo com a vontade de Deus, mas que somente através do Espírito Santo o homem é capacitado a viver uma vida que agrada ao Senhor.
O pano de fundo dos ensinos desse capítulo é a intensa luta entre a carne e o Espírito. O Espírito abomina os desejos da carne, e a carne, por sua vez, rejeita as coisas em que o Espírito nos conduz. Assim, o fruto do Espírito é o bem que nos faz vencer o mal. É o resultado natural de uma nova vida, uma vida regenerada, uma vida que reflete o novo nascimento, a vida no Espírito.
Também é importante não confundir o fruto do Espírito com os dons especiais que o Espírito Santo concede a algumas pessoas e que devem ser utilizados a serviço da Igreja de Cristo. O fruto do Espírito é um conjunto de capacitações que todos os redimidos recebem.
Por que “fruto do Espírito” e não “frutos do Espírito”?
É interessante notar que quando o apóstolo fala dessas capacitações ele utiliza o singular, “fruto do Espírito”, ao invés do plural, “frutos do espírito”. Já quando ele escreve sobre as práticas pecaminosas, ele utiliza o plural, “as obras da carne”.
Muitas especulações já foram feitas na tentativa de explicar o porquê disto. A melhor de todas elas defende que isso acontece porque, diferentemente das obras da carne, o fruto do Espírito é uma unidade. Isso significa que todas as capacitações pertencem a um único fruto.
Não somos nós que produzimos esse fruto, mas o Espírito Santo que o produz em nós. Ele assim o faz de um modo em que uma virtude está diretamente ligada a outra. Por tanto, essas virtudes são indivisíveis e juntas formam “o fruto”. Pense em cada virtude como sendo gomos de um mesmo fruto.
Também facilita o nosso entendimento quando conseguimos entender que o amor é à base de todas as outras virtudes citadas. Se não houver amor, é impossível que se tenha verdadeira alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio. Podemos dizer que o fruto do Espírito é o amor seguido necessariamente pelas outras oito preciosas virtudes citadas.
Essa não foi a única vez em que o apóstolo utilizou uma metáfora relacionada à produção agrícola para se referir a conduta esperada dos verdadeiros cristãos (Romanos 6:22; Efésios 5:9; Filipenses 1:11). Encontramos também em outras passagens bíblicas o mesmo princípio. Um exemplo disto é a pregação de João Batista que enfatizava que o arrependimento verdadeiro produz fruto visível de mudança de comportamento (Mateus 3:8; Lucas 3:8).
A descrição do fruto do Espírito
Como já dissemos, imediatamente após descrever as obras da carne, o apóstolo Paulo descreveu o fruto do Espírito. O apóstolo apresentou a seguinte relação representativa como sendo o fruto do Espírito:
Amor
O amor é a base para todas as outras virtudes (cf. 1 Coríntios 13; Efésios 5:2; Colossenses 3:14). No mesmo capítulo 5 de Gálatas, Paulo já havia enfatizado a importância e necessidade do amor na vida dos verdadeiros cristãos (Gálatas 5:6,13).
📌 O Que é Tomar a Santa Ceia Indignamente?
Muita gente se pergunta o que é tomar a Santa Ceia indignamente. Essa dúvida está diretamente relacionada ao texto em que Paulo repreende alguns crentes de Corinto que estavam justamente participando da Ceia do Senhor indignamente. Por isso o apóstolo escreve: “Por esse motivo, quem comer do pão ou beber do cálice do Senhor indignamente será culpado de pecar contra o corpo e o sangue do Senhor” (1 Coríntios 11:27).
Por que eles estavam tomando a Ceia indignamente?
Quando Paulo escreveu suas cartas aos coríntios, a comunidade cristã da cidade de Corinto estava enfrentando sérios problemas. Havia a formação de facções entre os membros da igreja. Alguns estavam trazendo ideias e práticas pagãs para os cultos públicos. Outros estavam usando de forma completamente errada os dons espirituais etc.
Naturalmente todo esse ambiente resultou também em problemas na celebração da Santa Ceia do Senhor. Naquela época a Igreja Primitiva tinha o costume de celebrar a Ceia do Senhor nas festas de fraternidade. Essas festas eram chamadas de Agape, isto é, festas do amor. Saiba mais sobre o significado de ágape.
O objetivo primário dessas festas de fraternidade era exprimir a unidade e amor entre os cristãos. Nessas ocasiões os cristãos mais abastados também compartilhavam alimentos com os mais pobres. Mas não era isso que acontecia na prática na igreja de Corinto.
Na verdade os crentes coríntios faziam dessas festas verdadeiros banquetes que favoreciam a glutonaria e a embriaguez de certos grupos. Enquanto isso, outros membros da comunidade ficavam excluídos. Enquanto alguns comiam exageradamente, outros passavam fome. Esse comportamento revelava, inclusive, o contraste social entre aqueles cristãos. Parece que os mais pobres eram envergonhados pelos mais ricos (cf. 1 Coríntios 11:22).
Todo esse comportamento reprovável se estendia na celebração da Santa Ceia do Senhor. Quando chegava o momento de tomar a Ceia, alguns crentes já tinham comido e bebido de mais. O comportamento deles era tão insano que eles transformavam um momento que deveria ser de comunhão com Cristo e com seu Corpo, em uma ocasião de polêmicas, confusões e discussões.
Tudo isso gerava um desvirtuamento do significado e propósito da Ceia do Senhor. Eles não se sentavam à mesa do Senhor apropriadamente, isto é, com o espírito correto, com introspecção, com discernimento e disposição favorável ao importante significado daquela ordenança do Senhor Jesus. Para muitos deles, o participar da Ceia do Senhor simplesmente implicava em comer mais um pedaço de pão e tomar mais um cálice de vinho.
O que significa tomar a Santa Ceia indignamente?
O sentido correto do que seria tomar a Santa Ceia indignamente tem sido debatido ao longo do tempo entre os estudiosos. De fato a expressão “quem comer do pão ou beber do cálice do Senhor indignamente” pode ser aplicada de forma abrangente. Porém, nunca se deve separá-la totalmente de seu contexto.
Na verdade muitas pessoas perdem de vista o contexto original em que essas palavras aparecem. Isso resulta numa interpretação pobre e limitada. Na maioria das vezes as pessoas acabam entendendo que tomar a Santa Ceia indignamente é participar dela tendo em si algum tipo de pecado específico. No entanto, participar da Ceia indignamente é algo muito mais grave.
Num certo sentido, todos nós somos indignos perante o Ceia do Senhor. Por nossos próprios méritos, nenhum de nós poderia ter a pretensão de se achar merecedor de se assentar à mesa do Senhor. Mas por causa dos méritos de Cristo, aqueles que foram redimidos por Ele podem participar da Ceia do Senhor dignamente.
Essa dignidade é refletida em uma participação pela fé genuína. Pela fé podemos entender o pleno significado da Ceia do Senhor. Através dela tomamos consciência de que essa solene celebração representa a realidade do auto-sacrifício definitivo e perfeito de Cristo em nosso favor.
📌 Quem Foi o Rei Jeú na Bíblia?
O rei Jeú foi o décimo rei de Israel. Ele era filho de Josafá e neto de Ninsi. Ele foi o primeiro monarca da quarta dinastia que governou Israel. A história de Jeú na Bíblia é conhecida principalmente por ele ter sido o responsável por acabar com a dinastia de Acabe. O rei Jeú esteve diretamente envolvido na morte de Jezabel.
Curiosamente Jeú foi subordinado à casa de Acabe antes de ser ungido rei de Israel. Ele foi um comandante militar que serviu a Acabe e seus filhos (cf. 2 Reis 9:25). Durante o reinado do rei Jorão, filho de Acabe, Jeú foi o capitão do exército de Israel na batalha em Ramote-Gileade (2 Reis 9:1-5). Apesar de o nome do pai de Jeú ser Josafá, ele não deve confundido com o rei Josafá de Judá.
Jeú foi ungido rei de Israel
Mesmo durante o reinado de Acabe, Jeú já havia sido escolhido por Deus para ser instrumento de juízo contra os apóstatas de Israel; especialmente a família real. Deus falou com o profeta Elias no monte Horebe e ordenou que Jeú fosse ungido rei sobre Israel (1 Reis 19:15-17). Essa ordem foi finalmente cumprida durante o ministério do profeta Eliseu.
Na época Jorão é quem estava ocupando o trono de Israel. Mas durante a guerra contra os sírios, Jorão foi gravemente ferido e teve de retornar a Jezreel para se recuperar dos ferimentos (2 Reis 8:28,29). Foi nesse tempo que Jeú foi ungido rei de Israel. O profeta Eliseu enviou um mensageiro dentre os discípulos dos profetas para executar essa tarefa.
Quando o jovem profeta encontrou Jeú, ele lhe disse: “Assim diz o Senhor Deus de Israel: Ungi-te rei sobre o povo do Senhor, sobre Israel. Ferirás a casa de Acabe, teu senhor, para que eu vingue da mão de Jezabel o sangue de meus servos, os profetas, e o sangue de todos os servos do Senhor. Toda a casa de Acabe perecerá; exterminarei de Acabe todos os homens, quer escravo, quer livre, em Israel. Porque farei à casa de Acabe como à casa de Baasa, filho de Aías. Os cães devorarão Jezabel no campo de Jezreel; não haverá quem a enterre” (2 Reis 9:6-10).
Após ungir Jeú rei sobre Israel, o jovem profeta fugiu. Os homens que estavam em Ramote-Gileade junto de Jeú, reputaram o profeta como louco e procuraram saber o que ele havia dito a Jeú. Então Jeú disse a eles o que tinha ocorrido. Assim, tão logo aqueles homens o saudaram como o novo rei de Israel (2 Reis 9:11-13).
O rei Jeú acabou com a casa de Acabe
Jeú não demorou em fazer aquilo que o Senhor lhe havia designado. Rapidamente ele tratou de partir para Jezreel, onde estava Jorão. Quando ficou sabendo que Jeú se aproximava do palácio de Jezreel, Jorão aparelhou seu carro e foi ao encontro de Jeú. Acompanhando a carruagem de Jorão, foi também Acazias, rei de Judá.
Jorão percebeu que Jeú queria matá-lo e tentou fugir, mas Jeú o perseguiu e o matou. Ele lhe lançou uma flecha que atravessou o coração do filho de Acabe. Jeú também ordenou que o corpo de Jorão fosse lançado nas terras que pertenciam por herança a Nabote, conforme Deus havia falado pelo profeta Elias (2 Reis 9:25,26).
Depois disso, Jeú ainda perseguiu e feriu o rei Acazias de Judá. Acazias até conseguiu fugir para Megido, mas acabou não resistindo ao ferimento. É verdade que Acazias estava aparentado com a casa de Acabe através de Atalia. Mas aqui vale lembrar que Jeú não havia sido autorizado a matar o rei Acazias que era um descendente da casa de Davi. Por esse motivo ele foi criticado pelo profeta Oseias (cf. Oseias 1:4).
Chegando ao palácio em Jezreel, Jeú ordenou que Jezabel fosse lançada de uma das janelas do palácio. Quando ela caiu no chão, Jeú ainda a atropelou com seu carro. As circunstâncias da morte de Jezabel ocorreram exatamente conforme a profecia de Elias (2 Reis 9:36,37).
Depois Jeú deu continuidade à ordem de exterminar todos da casa de Acabe. Mas Jeú foi responsável por um verdadeiro massacre em Samaria que ultrapassou em muito o que Deus havia lhe comissionado. Inclusive, ele chegou a matar quarenta e dois parentes do rei Acazias de Judá sem que eles nem mesmo soubessem o que estava acontecendo (2 Reis 10).
Mas mesmo assim ainda havia uma relativa paz, no sentido de que não havia uma perseguição oficial contra os cristãos. Isso porque o Império Romano não considerava os cristãos uma ameaçava. Na verdade, os romanos enxergavam o Cristianismo apenas como uma seita do Judaísmo.
Então embora fossem difíceis e tenham produzido seus mártires, as perseguições durante os primeiros anos da Igreja Cristã eram mais pontuais, sendo geralmente arquitetadas por judeus ou por residentes de certas localidades que se sentiam perturbados com a chegada do Evangelho — como às vezes ocorria durante as viagens missionárias de Paulo.
As perseguições imperiais
O crescimento da Igreja não passou despercebido pelo Império Romano. Após algumas décadas, os romanos começaram a perseguir os cristãos. Nesse sentido, a primeira perseguição aos cristãos proveniente de Roma foi liderada pelo imperador Nero no final da década de 60 d.C.
Excêntrico e psicologicamente instável, Nero culpou os cristãos pelo incêndio que destruiu Roma em 64 d.C. Isso porque havia um boato de que ele próprio havia sido o responsável pelo incêndio. E como os bairros cuja população era de maioria cristã não foram atingidos, Nero acusou os crentes.
Então os cristãos passaram a ser perseguidos e mortos de várias formas. Alguns cristãos foram decapitados, outros crucificados, outros devorados por feras, e ainda outros foram usados como “luminárias humanas” ao serem incendiados nos postes que iluminavam os jardins e ruas da cidade. Foi durante a perseguição sob Nero que os apóstolos Paulo e Pedro foram mortos pela causa do Evangelho.
Quando Nero morreu, o seu decreto que autorizava a perseguição aos cristãos continuou válido, mas na prática a Igreja experimentou um tempo de tranquilidade. Essa tranquilidade foi interrompida no final do governo do imperador Tito Flávio Domiciano.
Principalmente na década de 90 d.C., os cristãos foram vistos como um problema pelo governo de Domiciano pelo fato de eles se recusarem a prestar culto ao imperador. Então em algumas cidades do Império Romano os crentes foram perseguidos. Alguns eram mortos, enquanto outros eram presos ou exilados. Foi durante a perseguição sob Domiciano que o apóstolo João foi exilado na Ilha de Patmos.
Com a morte de Domiciano, novamente a perseguição aos cristãos diminuiu. Durante os governos de Trajano e Adriano, o Cristianismo ainda continuava proibido, mas não havia uma perseguição intensamente ativa. Os cristãos eram perseguidos apenas quando alguém resolvia denunciá-los oficialmente. Mesmo assim alguns cristãos foram martirizados durante esse período, inclusive alguns Pais da Igreja, como Inácio de Antioquia, Policarpo, bispo de Esmirna e Justino Mártir.
As grandes perseguições
A relativa paz que a Igreja experimentou no século 2 d.C. chegou ao fim no século 3 d.C. com o governo do imperador Décio. Mas enquanto as perseguições anteriores sob Nero e Domiciano foram mais localizadas, a perseguição promovida por Décio se estendeu por todo o império.
O imperador Décio impôs os sacrifícios aos deuses romanos e perseguiu, confiscou propriedades, prendeu, exilou, torturou e matou os cristãos que se recusaram a obedecer à sua ordem. Naquele tempo os cristãos foram reputados como ateus, porque eles se recusavam a adorar os deuses mitológicos e persuadiam outras pessoas a fazerem o mesmo.
A perseguição continuou depois de Décio, mas com menor severidade entre os governos de Galo e Valeriano, até que foi quase que extinta durante o governo de Galiano, quando o Cristianismo passou a ser tolerado de forma não oficial.
Mas no final do século 3 d.C. e início do século 4 d.C., durante os governos de Diocleciano e Galério, os cristãos foram brutalmente perseguidos. O imperador Diocleciano desejou trazer a antiga glória de Roma e promoveu a maior perseguição de todas contra os cristãos. A perseguição aos cristãos durante seu governo foi cruel, sistematizada e abrangeu todo o território romano.
Tereis dupla honra… Exultareis em dobro… Tereis perpétua alegria
A libertação do cativeiro babilônico e as bênçãos da restauração no período pós-exílio prefiguraram a libertação de um cativeiro inimaginavelmente pior; bem como as bênçãos de uma restauração indescritivelmente maior.
Por isso o profeta Isaías também anuncia em sua profecia o verdadeiro dia da salvação em que o povo de Deus seria liberto da servidão do pecado e desfrutaria das bênçãos sem medidas da graça restauradora de Deus. Nesse sentido é que se encaixam a dupla honra, a exultação em dobro e a alegria perpétua.
Aqui vale lembrar que no mesmo contexto da reconstrução de Jerusalém, Ageu profetizou: “A glória desta última casa será maior do que a da primeira, diz o Senhor dos Exércitos, e neste lugar darei a paz, diz o Senhor dos Exércitos” (Ageu 2:9).
O profeta Ageu não falava do Templo do pós-exílio; nem mesmo se referia especificamente à grande reconstrução e reforma que Herodes promoveu mais tarde. Profeticamente Ageu se referia à glória de Cristo que entraria naquele último templo revelando-se como a manifestação final da presença de Deus habitando com seu povo.
Aquele último templo teve seu véu rasgado durante a crucificação de Cristo. Isso significa que o caminho do Santuário celestial foi aberto aos redimidos. Agora, os que foram feitos santos pelos méritos de Cristo têm livre acesso ao trono da graça de Deus.
Para eles, o caminho da sala do trono foi reaberto para nunca mais fechar. Isto sim é dupla honra, exultação em dobro e alegria perpétua! D. L. Moody ilustra a “dupla honra” prometida por Deus ao seu povo como sendo a filiação na família de Deus e a posse do próprio Cristo que habita no crente como Senhor e Companheiro.
Essa profecia também é escatológica e se cumprirá em toda sua plenitude no grande Dia do Senhor. Esse dia será dia de alegria perpétua para os redimidos que entrarão plenamente na bem-aventurança de Deus; mas também será dia de vingança para os ímpios que provarão o cálice final da santa ira do Senhor (cf. Isaías 61:2,3).
O que a dupla honra não é?
É verdade que por causa de seu caráter escatológico, há diferentes interpretações dessa porção do livro de Isaías que fala sobre a promessa de dupla honra. Estudiosos pré-milenistas, por exemplo, aplicam a profecia sobre a “dupla honra” de uma forma mais especial para se referir a uma porção dupla das bênçãos de Deus que Israel receberá num reino milenar.
Já os estudiosos de linha amilenista e pós-milenista, geralmente aplicam a profecia sobre a “dupla honra” como se referindo as bênçãos da salvação derramas sobre a Igreja, o verdadeiro Israel de Deus que reúne num só Corpo crentes judeus e gentios.
Seja como for, todos concordam que em hipótese alguma essa profecia de “dupla honra” se refere a uma suposta porção dupla de prosperidade e satisfação terrenas reservada a alguns crentes que se apropriam dela através de supostas “campanhas de milagres”.
Reduzir a dupla honra anunciada pelo Senhor através de Isaías a um conceito de satisfação de caprichos humanos nesta terra, é desconhecer a verdadeira promessa do Senhor. Para quem tem dúvida, o apóstolo João explica que promessa é essa. Ele escreve: “E esta é a promessa que Ele nos fez: a vida eterna” (1 João 2:25).
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Perceba que Deus elegeu um povo; adquiriu esse povo como sua propriedade exclusiva; e agora a finalidade desse povo é trazer glória ao Seu santo nome proclamando Suas grandezas.
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Na Igreja Primitiva o ósculo santo significava que os cristãos aceitavam uns aos outros como irmãos e irmãs. Era um cumprimento que refletia a verdade de que aquelas pessoas formavam a família de Deus. Obviamente esse princípio deve estar presente entre os cristãos hoje. Então seja um beijo, um abraço ou um perto de mão, o importante é que esse cumprimento seja uma expressão sincera do amor de Cristo que nos une uns aos outros.
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📌 O Que é o Ósculo Santo? Qual é o Seu Significado?
O ósculo santo era um tipo de saudação comum na Igreja Primitiva. Os cristãos cumprimentavam uns aos outros com um beijo no rosto conforme o costume daquela época.
A palavra “ósculo” significa “beijo” e na Bíblia traduz termos originais no hebraico e no grego. No Antigo Testamento, “ósculo” é o termo usado para traduzir o hebraico nashaq, que no sentido de cumprimento, significa “beijar” ou “tocar gentilmente”. Já no Novo Testamento a palavra “ósculo” traduz o grego philema que também significa “beijo”.
O significado do ósculo nos tempos bíblicos
No Oriente era comum que as pessoas fizessem uso do duplo ósculo em suas saudações ou despedidas – quando cada lado da face era beijado rapidamente. Esse costume era adotado especialmente pelos judeus. Ainda hoje o costume de beijar a face do outro é utilizado pelos homens em várias partes do mundo, sobre tudo, nos países orientais.
No Antigo Testamento existem várias passagens que fazem referência ao ósculo. Por exemplo: quando Jacó chegou à casa de Labão, ele foi saudado com um ósculo (Gênesis 29:13). O profeta Samuel também saudou Saul com um ósculo após ungi-lo rei de Israel (1 Samuel 10:1). No contexto dessa passagem, o ósculo foi um sinal de reconhecimento à autoridade do rei que havia acabado de ser ungido.
Assim como no Antigo Testamento, existem diversas passagens neotestamentárias onde o ósculo é descrito em pelo menos três aspectos diferentes. São eles: 1) como uma expressão de afeição; 2) como um beijo enganoso; e 3) como um costume entre os membros da comunidade cristã.
No Evangelho de Lucas lemos o relato sobre a pecadora que ungiu os pés de Jesus na casa de Simão durante um jantar (Lucas 7:36-50). Por causa da maneira com que o fariseu julgou aquela mulher, Jesus lhe disse: “Você não me saudou com um ósculo, mas esta mulher, desde que entrei aqui, não parou de beijar meus pés” (Lucas 7:45). Nesse caso, o ósculo está sendo usado como um claro sinal de afeição. O fariseu poderia alegar ter afeição por Jesus, mas não demonstrou isso de uma forma prática.
No episódio em que Jesus estava orando no Getsêmani e foi traído por Judas Iscariotes, o ósculo foi o sinal utilizado pelo discípulo traidor para identificá-lo (Mateus 26:47-49; Marcos 14:44,45; Lucas 22:47,48). A Bíblia registra que Jesus perguntou a Judas: “É com um beijo que você trai o filho do homem?” (Lucas 22:48).
Essa passagem mostra que mesmo o ósculo sendo um sinal visível que expressa o amor, nem sempre ele é usado com essa finalidade. Isso significa que o ósculo nem sempre é sincero! Nos lábios de Judas Iscariotes uma saudação que indicava respeito, amizade e afeto, foi utilizada de forma irônica e terrível.
O significado do ósculo santo na Igreja
A terceira aplicação do ósculo no Novo Testamento diz respeito ao cumprimento entre os cristãos. O típico costume judaico de saudar as pessoas fazendo uso do beijo também foi adotado pelos crentes judeus e gentios. Essa prática foi incentivada em diferentes passagens bíblicas no Novo Testamento (Romanos 16:16; 1 Coríntios 16:20; 2 Coríntios 13:12; Tessalonicenses 5:26; 1 Pedro 5:14).
É exatamente nessa aplicação que aparece a designação “ósculo santo”, do grego philemati hagio. Ao adicionar o grego hagios, que significa “algo muito santo” – e deriva de hagos, “uma coisa grande” ou “sublime” –, o texto bíblico obviamente enfatiza que o ósculo entre os cristãos não pode ser apenas um símbolo de afeição, mas também deve ser santo.
Ao dizer que os cristãos deveriam saudar uns aos outros com ósculo santo, Paulo estava ensinando que esse simples ato envolvia três partes, isto é, não apenas as duas pessoas que se cumprimentavam, mas também Deus. Isso porque aquele sinal de afeto simbolizava o amor de Cristo mutuamente compartilhado entre tais pessoas.
Inclusive, os livros de 1 e 2 Reis e 2 Crônicas caminham de forma paralela até os versículos finais do último capítulo de 2 Crônicas, quando o cronista registra o decreto do rei Ciro que não está registrado no livro de 2 Reis.
No período da monarquia, principalmente durante o reinado de Salomão, houve muita produção de literatura poética e de sabedoria em Israel. Então é apropriado que o leitor da Bíblia leia os livros poéticos de Provérbios, Eclesiastes e Cantares de Salomão enquanto lê os relatos dos dias de reinado do rei Salomão. Já a leitura do livro de Salmos pode ser estendida até o final de todas as leituras do Antigo Testamento.
Enquanto estiver lendo os livros de 2 Reis e 2 Crônicas, o leitor deverá combinar as leituras dos livros proféticos, observando a seguinte ordem:
2 Reis 11—12 | Ler o livro de Joel.
2 Reis 14:21—15:7 | Ler o livro de Amós.
2 Reis 14:23-29 | Ler o livro de Jonas.
2 Reis 15—18 | Ler o livro de Oseias.
2 Reis 14:23—20:21 | Ler o livro de Miqueias.
2 Reis 15:1—20:21 | Ler o livro de Isaías.
2 Reis 21:1—23:35 | Ler o livro de Naum.
2 Reis 22:1—23:35 | Ler o livro de Sofonias.
2 Reis 22—25 | Ler os livros de Jeremias, Obadias, Habacuque, Ezequiel e Daniel.
2 Reis 23:36—25:21 | Ler o livro de Habacuque.
Após a conclusão dos livros de 2 Reis e 2 Crônicas, o leitor deve iniciar as leituras dos livros de Esdras, Ester, Neemias e o restante dos livros proféticos, observando a seguinte ordem:
Esdras 1—6 | Ler os livros de Ageu e Zacarias.
Antes de entrar em Esdras 7 | Ler o livro de Ester.
Esdras 7—Neemias 12.
Neemias 12 | Ler o livro de Malaquias.
Leitura em ordem cronológica do Novo Testamento
A leitura deverá começar com os quatro Evangelhos que registram o ministério de Jesus, isto é, Mateus, Marcos, Lucas e João. Em seguida, o leitor deve iniciar a leitura do livro de Atos dos Apóstolos, observando a seguinte ordem:
Atos dos Apóstolos 1—12
Atos dos Apóstolos 13—28 | Combinar com as leituras das cartas de Tiago, Gálatas, 1 e 2 Tessalonicenses, 1 e 2 Coríntios, Romanos, Efésios, Filipenses, Colossenses, Filemom. Embora não se tenha certeza, existe a possibilidade de as cartas de 1 Pedro, 1 Timóteo e Tito terem sido escritas antes do período de final registrado no livro de Atos dos Apóstolos que provavelmente corresponde ao ano de 62 d.C.
Depois da leitura do livro de Atos dos Apóstolos e das cartas que provavelmente foram escritas durante o período histórico registrado no livro, o leitor da Bíblia deve ler as demais cartas na seguinte ordem:
2 Timóteo ou 2 Pedro, Judas, Hebreus, 3 João, 1 e 2 João e Apocalipse.
Ordem cronológica dos livros da Bíblia por data de escrita
Se o leitor prefere ler os livros da Bíblia em ordem cronológica de acordo com as datas em que cada um dos livros foram escritos, a ordem a seguir deve ser observada. Apenas lembrando que as datas do período do Antigo Testamento estão em ordem decrescente, pois referem-se ao período anterior ao nascimento de Jesus.
Cronologia dos livros do Antigo Testamento por data de escrita
Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio: todos esses livros provavelmente foram escritos entre 1445 e 1406 a.C.
Livro de Salmos: começou a ser escrito ainda no tempo de Moisés, ou seja, em alguma data posterior a 1445 a.C. Mas sua composição se estendeu por vários séculos, sendo concluído após o exílio, talvez em cerca de 400 a.C.
Josué: alguns estudiosos defendem que o livro de Josué pode ter começado a ser escrito logo após os anos 1400 a.C. Outros argumentam que é provável que a forma final do livro foi escrita num período posterior, talvez entre 1000 e 561 a.C., valendo-se de fontes anteriores do tempo de Josué e do período dos juízes.
Juízes: provavelmente foi escrito entre aproximadamente 1045 e 538 a.C.
Rute: aproximadamente entre 1030 e 1000 a.C.
Mas se o sentido for o de “racional”, então o que Paulo quer dizer é que em decorrência das misericórdias de Deus, os cristãos devem oferecer um culto inteligente; um culto com entendimento. Isso significa um culto em que todo seu coração e mente estejam envolvidos. Em outras palavras, Paulo chama de “culto racional” aquele culto que o crente apresenta ao Senhor de forma coerente à compreensão da grande misericórdia de Deus no que diz respeito à obra da redenção.
É nesse sentido também que o culto racional pode ser chamado de “culto espiritual”; em oposição ao culto cerimonial do Antigo Testamento. O culto sacerdotal levítico era marcado por uma série de ritos e formalidades. Mas agora, por meio de Jesus Cristo, os verdadeiros adoradores são aqueles que adoram ao Pai em espírito e em verdade.
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Agora, na Nova Aliança, Deus habita com seu povo na pessoa de Cristo. Por isso a Bíblia diz que a Igreja é o Templo de Deus (1 Coríntios 3:16). Isso significa que Ele está presente na Igreja através do Espírito Santo.
Além disso, Deus manifesta sua presença de forma intima e especial ao seu povo nos momentos de adoração (1 Coríntios 14:25). Essa presença também marca a vida cristã dedicada a Ele. Então apesar de sabermos que Deus está em todos os lugares, também sabemos que quando nos achegamos a Ele, Ele também se achega a nós (Tiago 4:8).
Onde Deus esta? Esta pergunta não deve significar um desafio à nossa fé. Ao contrário! Deve servir como um lembrete de que Deus está em toda parte, e sua presença providencial nos acompanha onde quer que estejamos.
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📌 Qual o Maior e o Menor Livro da Bíblia?
O menor livro da Bíblia é a Segunda Carta de João, no Novo Testamento. Já o maior livro da Bíblia é o livro de Salmos, no Antigo Testamento. Enquanto a Segunda Carta de João possui apenas um capítulo dividido em treze versículos, o livro de Salmos possui cento e cinquenta capítulos.
Mas essa classificação para determinar o maior ou o menor livro da Bíblia, é feita com base no número de capítulos e versículos. No entanto, essa divisão da Bíblia em capítulos e versículos não é própria do texto original. Na verdade, a Bíblia foi organizada em capítulos e versículos apenas na Idade de Média. Isso também explica, por exemplo, porque nem todas as Bíblia possuem o mesmo número de versículos.
Outra possibilidade seria classificar o menor e o maior livro da Bíblia pelo número de palavras. Mas por particularidades de traduções, algumas versões podem ter mais palavras que outras. Por isso o mais correto seria considerar o texto bíblico em seu idioma original. Nesse caso, o livro de Salmos continua sendo o maior livro da Bíblia.
Mas quanto ao menor livro da Bíblia, a coisa já muda. Considerando, por exemplo, o Textus Receptus — texto grego do Novo Testamento usado em algumas traduções da Bíblia (como a Almeida Corrigida Fiel) — a Terceira Carta de João acaba sendo menor que a Segunda Carta de João, por possuir uma quantidade de palavras menor.
Outra curiosidade é que a Bíblia Cristã reconhece a canonicidade dos livros do Novo Testamento e também dos livros do Antigo Testamento que são compostos pelos escritos da Bíblia hebraica. Mas algumas pessoas têm curiosidade em saber qual é o menor livro da Bíblia hebraica. Nesse caso, o menor livro é o livro de Obadias, que também está presente no Antigo Testamento da Bíblia cristã, e provavelmente foi escrito pelo próprio profeta Obadias.
O maior livro da Bíblia
Com cento e cinquenta capítulos, o livro de Salmos é mesmo o maior livro da Bíblia. O livro traz uma coleção de cânticos compostos por vários autores que já eram utilizados pela comunidade judaica nos tempos bíblicos. Inclusive, o título “Salmos” deriva de uma palavra grega que significa literalmente “cânticos”, mas seu título hebraico original é “Livro de Louvores”.
Tradicionalmente os cento e cinquenta salmos são subdivididos em cinco livros. Os salmos possuem as mais variadas características e estilos poéticos. O livro levou muitos séculos para ser concluído, já que os primeiros salmos datam da época de Moisés e os últimos datam do período posterior ao cativeiro na Babilônia. O rei Davi é o maior autor dentro do maior livro da Bíblia, que conta também com outros autores conhecidos e outros desconhecidos.
O menor livro da Bíblia
A Segunda Carta de João, como o seu título indica, foi escrita pelo apóstolo João, o discípulo amado do Senhor Jesus Cristo. O apóstolo escreveu essa carta quando já era idoso. João escreveu a epístola com o objetivo de alertar os crentes sobre uma heresia que estava sendo pregada que negava a encarnação de Jesus Cristo. De acordo com esse falso ensino, Cristo não teria vindo ao mundo em um corpo físico. Além disso, na carta João estimula o amor e a receptividade entre os cristãos.
Já a Terceira Carta de João, que pode ser considerada a menor pela contagem de palavras, foi escrita pelo mesmo apóstolo, porém num período anterior à segunda carta. É isso mesmo! Embora possa parecer um tanto quanto estranho, a Terceira Carta de João foi escrita antes da Segunda Carta de João. A carta foi escrita por João ao seu amigo Gaio, e nela o apóstolo fala sobre a importância da bondade e hospitalidade entre os crentes.
É verdade que algumas críticas já foram levantadas contra a autoria do apóstolo João no que diz respeito a essas duas cartas. Mas certamente as evidências a favor de João são muito superiores a qualquer outra alternativa. Portanto, é certo que o apóstolo João foi quem escreveu o menor livro da Bíblia, seja ele sua segunda ou terceira carta.
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Então ao longo do tempo, os escritos individuais foram sendo agrupados numa coleção. Mas apesar de posteriormente alguns concílios terem sido organizados como o objetivo de tratar da questão da canonicidade dos escritos do Antigo Testamento, a verdade é que a fixação do Cânon como conhecemos hoje não resulta da vontade humana, mas da providência de Deus. Providencialmente, Deus agiu através das ações humanas em todo o processo da formação do Cânon, desde sua origem até sua preservação e aceitação pela comunidade judaica.
O Antigo Testamento para a Igreja Cristã
A Igreja Cristã acompanhou o entendimento da comunidade judaica na recepção do Antigo Testamento como a Palavra de Deus genuína. Nos dias do Novo Testamento, a coleção de livros do Antigo Testamento já estava completa. Inclusive, o Antigo Testamento era a Bíblia usada por Jesus e pelos apóstolos.
O fato de frequentemente o Novo Testamento se referir aos escritos do Antigo Testamento como “as Escrituras”, significa que naquele tempo o Cânon do Antigo Testamento já existia como uma coleção fechada (cf. Mateus 26:54; João 5:39; Atos 17:2; etc.).
O próprio Senhor Jesus Cristo deixou claro que os livros do Antigo Testamento testificavam dele (Lucas 24:44). Apenas no Evangelho de Mateus, há pelo menos trinta e uma citações diretas do Antigo Testamento nos ensinos de Jesus.
Numa dessas citações, Jesus fez referência às mortes de Abel e de Zacarias (Mateus 23:35). A morte de Abel está registrada em Gênesis 4, e a morte do Zacarias citado por Jesus está registrada em 2 Crônicas 24:22. Isso é interessante porque na organização da Bíblia hebraica, Gênesis é o primeiro livro, enquanto que Crônicas é o último livro. Essa parece ser uma boa indicação de que nos dias de Jesus o Antigo Testamento já era visto como uma coleção completa que se encerrava no livro de Crônicas.
A Igreja Primitiva igualmente aceitou o Antigo Testamento como canônico. Em suas epístolas endereçadas a diversas comunidades cristãs daquela época, os apóstolos fizeram muitas citações do Antigo Testamento. Inclusive, o apóstolo Pedro escreveu especificamente sobre a inspiração da Escritura do Antigo Testamento (2 Pedro 1:20,21).
Mas no tempo do Novo Testamento o idioma mais comum era o grego. Então geralmente os cristãos primitivos usavam a Septuaginta, que era a tradução grega do Antigo Testamento realizada no período intertestamentário.
Um fato importante é que a Septuaginta trouxe também alguns livros adicionais com alguma importância religiosa e histórica. Mas esses livros jamais foram reconhecidos como canônicos pela comunidade judaica e pela Igreja Cristã dos primeiros séculos. Porém, depois da Reforma Protestante, a tradição católica reconheceu a canonicidade desses livros, incluindo-os em sua coleção do Antigo Testamento.
Contexto e geografia do Antigo Testamento
O Antigo Testamento registra uma história que vai desde o início dos tempos até o período do pós-exílio, quando o povo judeu reconstruiu a cidade de Jerusalém que havia sido destruída pelos babilônios. Obviamente isso significa que há uma riqueza de detalhes muito grande nos relatos do Antigo Testamento.
De forma especifica, o pano de fundo dos acontecimentos do Antigo Testamento foi o Antigo Oriente Próximo. As histórias veterotestamentárias ocorreram nas regiões da Mesopotâmia, Siro-Fenícia, Egito, Península Arábica, Palestina e Península Anatoliana.
Portanto, devido a toda essa abrangência, os livros do Antigo Testamento foram escritos nos mais diversos contextos, como: migrações, guerras, derrotas, vitórias, cativeiros, libertações, restaurações etc.
É por isso que muitos personagens, acontecimentos históricos, reinos e impérios são citados no Antigo Testamento. Mas diferentemente das literaturas mitológicas das culturas pagãs, o Antigo Testamento jamais se propôs a esconder a imperfeição de seus personagens. Isso acaba revelando um cenário dramático que expressava a necessidade de um Redentor para a humanidade.