A organização do Antigo Testamento
O Antigo Testamento possui trinta e nove livros que estão organizados em diferentes categorias:
Livros da Lei (Pentateuco): Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio.
Livros Históricos: Josué, Juízes, Rute, 1 e 2 Samuel, 1 e 2 Reis, 1 e 2 Crônicas, Esdras, Neemias e Ester.
Livros Poéticos: Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes e Cânticos dos Cânticos de Salomão.
Livros Proféticos: Isaías, Jeremias, Lamentações, Ezequiel, Daniel, Oseias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miqueias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias. Essa categoria geralmente é subdividida em cinco profetas maiores (de Isaías a Daniel) e doze profetas menores (de Obadias a Malaquias).
Esses trinta e nove livros são os mesmos encontrados no Cânon hebraico. Mas na Bíblia hebraica esses escritos possuem uma organização diferente, e se concentram em três categorias principais:
A Lei: os cinco livros de Moisés (Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio).
Os Profetas: essa categoria possui duas subdivisões, os Primeiros Profetas (Josué, Juízes, Samuel e Reis) e os Profetas Posteriores (Isaías, Jeremias, Ezequiel e os Doze Profetas Menores).
Os Escritos: essa categoria também é composta por três subdivisões. A primeira subdivisão compreende os Livros Poéticos (Salmos, Provérbios, Jó). A segunda subdivisão é chamada de Cinco Rolos (Cânticos dos Cânticos, Rute, Lamentações, Eclesiastes e Ester). Por fim, a terceira subdivisão é formada pelos Livros Históricos (Daniel, Esdras-Neemias e Crônicas).
A contagem de livros do Cânon hebraico geralmente resulta num total de 24 livros — pelo menos na contagem mais comum. Isso não quer dizer que a Bíblia hebraica contém menos livros que o Antigo Testamento da Bíblia cristã. O conteúdo é exatamente o mesmo, a diferença no número de livros ocorre simplesmente pela forma como eles estão organizados.
Por exemplo: os livros dos doze profetas menores são considerados apenas um único livro na Bíblia hebraica; assim como os livros de Esdras e Neemias. Além disso, alguns livros não são divididos em dois volumes como no Antigo Testamento da Bíblia cristã (Samuel, Reis e Crônicas). A organização do Antigo Testamento presente na Bíblia cristã deriva da Septuaginta, que é a tradução grega da Bíblia hebraica.
A formação do Cânon do Antigo Testamento
A lista de livros do Antigo Testamento muitas vezes leva ao seguinte questionamento: Como foi decidido que um determinado livro devia ser reconhecido como Palavra de Deus? A resposta diz respeito à formação do Cânon do Antigo Testamento.
Primeiro, a palavra “cânon” deriva de uma palavra grega que basicamente indica uma vara reta de medir, ou seja, de forma simples podemos dizer que o “cânon” é uma régua. Com o tempo, essa palavra passou a ser aplicada para indicar a relação de livros considerados sagrados por terem sido inspirados por Deus e que, portanto, regulamentam a fé e a conduta cristã.
Não é nada fácil estudar a formação do Cânon do Antigo Testamento, porque isso aconteceu há muito tempo. Mas de forma resumida, parece que quando finalmente os livros do Antigo Testamento começaram a ser escritos, esses livros foram sendo naturalmente recebidos pela comunidade da aliança como a genuína Palavra de Deus.
Então antes mesmo de o Cânon do Antigo Testamento ser fechado, os livros que já tinham sido escritos anteriormente já eram considerados sagrados pelos israelitas. Por exemplo: no tempo dos juízes de Israel, a Escritura do Pentateuco já era recebida como a Palavra de Deus; bem como no tempo dos profetas os escritos anteriores também já eram aceitos.
Isso indica que os livros do Cânon do Antigo Testamento sempre possuíram um caráter auto identificador. Da mesma forma como o Espírito Santo inspirou a Escritura, Ele também operou nos corações do povo de Deus para que a Escritura fosse reconhecida como a autoridade legitima sob a qual os crentes devem se submeter.
8. Monte Tabor
O Monte Tabor ficou conhecido principalmente pela batalha em que Baraque atacou Sísera, o general do exército do rei cananeu Jabim. Monte Tabor, que fica a poucos quilômetros a leste de Nazaré (cerca de 10 quilômetros) também servia de fronteira natural entre os territórios de Issacar e Zebulom.
Certa ocasião Débora mandou chamar Barac bem Avinôam, Baraque filho de Abinoão, da cidade de Kédesh, Quedes, da tribo de Naftali, e lhe declarou: “Yahweh, Deus de Israel, em verdade te ordena: ‘Prepara-te! Toma contigo dez mil homens dentre os filhos de Naftali e os filhos de Zebulom e vai ao monte Tabor”. (Juízes 4:6)
9. Monte Gilboa
O Monte Gilboa foi o local onde muitos israelitas foram mortos, incluindo o rei Saul e seus filhos, após uma batalha desastrosa contra os filisteus.
E aconteceu que, durante uma batalha com os filisteus, os israelitas foram derrotados, tiveram que fugir para salvar suas vidas e muitos foram mortos no Monte Gilboa. (1 Crônicas 10:1,8)
10. Monte Sião
O Monte Sião é outro monte que possui um significado bíblico muito grande. O monte em si originalmente refere-se à área sudoeste de Jerusalém. Mas posteriormente passou a ser usado para designar toda Jerusalém e de forma a incluir até mesmo o Monte Moriá onde o Templo foi edificado. Além disso, o Monte Sião também é citado várias vezes de forma simbólica. Saiba mais sobre o significado do Monte Sião na Bíblia.
Contudo, Davi conquistou a fortaleza de Sião; e esta passou a ser a Cidade de Davi. (2 Samuel 5:7)
11. Monte Líbano
A região montanhosa do Líbano aparece na Bíblia como sendo o local de onde veio o cedro e as pedras usadas pelo rei Salomão na construção do Templo em Jerusalém.
E ordenou que fossem para o Líbano em grupos de dez mil por mês, e eles se revezaram: passavam um mês no Líbano e dois em casa. Instituiu Adonirão como chefe sobre eles. Salomão também mandou à região montanhosa oitenta mil homens especializados no corte de pedras e setenta mil homens para transportá-las […] Os construtores de Salomão e de Hirão e alguns cidadãos de Gebal, Biblos, cortaram e prepararam a madeira e as pedras para a edificação do templo. (1 Reis 5:14,18)
12. Monte Carmelo
O Monte Carmelo sempre é lembrado na Bíblia por ter sido o local onde fogo desceu do céu e consumiu o holocausto. Foi ali que Elias desafiou e derrotou os profetas de Baal.
Agora, pois, dá ordem para que se reúna a mim todo o Israel no alto do monte Carmelo, como também os quatrocentos e cinquenta profetas de Baal, e mais os quatrocentos profetas de Aserá, que se fartam a mesa de Jezabel. (1 Reis 18:19)
13. Monte Gerizim
No Monte Gerizim ocorreu o encontro entre Jesus e a mulher samaritana junto a um poço. Nos tempos do Antigo Testamento era ali que os samaritanos construíram um templo.
Nossos pais adoravam sobre este monte, mas vós, judeus, dizeis que Jerusalém é o lugar onde se deve adorar. (João 4:20)
14. Monte das Oliveiras
Sem dúvida o Monte das Oliveiras é um dos montes da Bíblia mais conhecidos. Várias ocasiões importantes do ministério ocorreram nesse monte ou nas proximidades dele. O sermão escatológico de Jesus, por exemplo, foi feito no Monte das Oliveiras. Saiba mais sobre o Monte das Oliveiras.
Então, havendo Jesus se assentado no monte das Oliveiras, de frente para o templo, Pedro, Tiago, João e André o consultaram em particular: “Dize-nos quando acontecerão estes eventos, e que sinal haverá quando todos eles estiverem prestes a cumprir-se?” (Marcos 13:3,4)
15. Gólgota
Além desses montes, há também o Calvário ou Gólgota, que por alguns também é chamado de Monte Caveira. Mitos não o consideram exatamente um monte, até pela discussão que há sobre a localização correta desse lugar. O que se sabe é que era um lugar que ficava fora de Jerusalém e provavelmente era uma pequena colina (Mateus 27:33,34).
Chegaram a um lugar conhecido como Gólgota, que significa Lugar da Caveira. (Mateus 27:33)
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Se não perdoamos aqueles que nos ofendem, como poderemos clamar pelo perdão do Pai? Além disso, o perdão que dispensamos aos outros nas palavras de Jesus é uma evidência de que também somos perdoados por Deus (Mateus 6:14,15).
Não nos deixe cair em tentação, mas livra-nos do mal
A última petição refere-se à proteção de Deus contra os perigos do pecado. O crente que está comprometido com a glória de Deus, com o Reino de Deus e com a vontade de Deus, também se preocupa em não pecar contra Deus. Quando oramos para que Deus não nos deixe cair em tentação, mas que nos livre do mal, basicamente estamos confessando que o alvo de nossa confiança para que possamos andar em santidade é Deus, e não as nossas próprias forças.
Aqui é importante entender a diferença entre tentação e provação. A tentação é um convite ao pecado que pode ter origem em nós mesmos ou nos ataques do diabo. Tiago escreve que Deus a ninguém tenta (Tiago 1:13). Já a provação é um teste que o Pai submete seus filhos com a finalidade de aperfeiçoá-los.
Mas muitas vezes as provações podem nos deixar expostos aos ataques de Satanás. A história de Jó é um exemplo muito claro disso. A boa notícia é que Deus promete que jamais seremos submetidos a uma prova além do que possamos suportar (1 Coríntios 10:13).
Pois teu é o reino, o poder e a glória para sempre. Amém!
Essa frase final está presente na maioria dos manuscritos do Novo Testamento, mas por outro lado está ausente nos principais manuscritos mais antigos. Por esse motivo ela aparece nas traduções da Bíblia sempre com alguma sinalização.
Mas é inegável que essa frase, que basicamente é uma doxologia, está completamente de acordo toda a Escritura. Então tenha sido ela dita pelo próprio Jesus e escrita por Mateus; ou tenha sido ela adicionada posteriormente, é justo que olhemos para essa frase como uma declaração que responde com perfeição a todo conteúdo da oração do Pai Nosso.
Como devemos orar o Pai Nosso?
O contexto onde a oração do Pai Nosso está inserida claramente revela que o propósito dessa oração ensinada por Jesus jamais é servir como um tipo de mantra pelos cristãos. Algumas pessoas só se apegam em repetir a oração do Pai Nosso, vez após vez, incansavelmente. Mas essas pessoas se esquecem que imediatamente antes de ensinar a oração do Pai Nosso, Jesus exortou contra a inutilidade das vãs repetições.
Então ao ensinar a oração do Pai Nosso, o objetivo de Jesus era fornecer um modelo de oração aos seus seguidores, e não estabelecer simplesmente uma oração litúrgica. Por vezes nos faltam palavras para nos achegarmos a Deus em oração. Até mesmo os cristãos mais experientes às vezes se perguntam: Como devo orar neste momento?
A oração do Pai Nosso é a resposta definitiva a qualquer questionamento nesse sentido. Por isso o correto é que oremos a oração do Pai Nosso aplicando-a a nossa realidade. Em outras palavras, devemos usar a oração do Pai Nosso como se fosse uma matriz para as nossas orações.
Devemos tomar a oração do Pai Nosso e entender que nossas orações devem, em primeiro lugar, adorar a Deus em petição por sua glória, seu Reino e sua vontade. Então só depois devemos clamar por nossas necessidades físicas e espirituais e confessar os nossos pecados.
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📌 Qual é o Significado da Oração do Pai Nosso na Bíblia?
A oração do Pai Nosso é um modelo de oração ensinado por Jesus Cristo aos seus seguidores durante o Sermão da Montanha. A oração do Pai Nosso também é chamada de Oração Dominical, e está registrada na Bíblia em Mateus 6:9-13. O significado dessa oração reúne adoração, petição e confissão de pecados.
Em Lucas 11:2-4 também há uma forma de oração que difere levemente daquela registrada no capítulo 6 de Mateus. No Evangelho de Lucas Jesus indica um modelo de oração ao responder um pedido de seus discípulos que queriam aprender a como orar. Já a oração do Pai Nosso registrada por Mateus foi ensinada por Jesus durante um sermão.
Antes de ensinar a oração do Pai Nosso, o texto bíblico mostra que Jesus exorta seus ouvintes sobre qual deve ser a atitude correta ao orar. Ele diz que seus seguidores não devem agir como os hipócritas que buscam apenas o reconhecimento humano durante as suas orações. Jesus também condena a prática de vãs repetições que era um comportamento comum entre os gentios em seus cultos pagãos. Então Ele ensina que seus seguidores devem orar ao Pai confiando em sua soberania sobre todas as coisas e com a certeza de que Ele ouve as orações de seus filhos (Mateus 6:5-8).
A oração do Pai Nosso pode ser dividida em duas partes. A primeira parte traz três sentenças que de forma geral dizem respeito à glória de Deus. São elas: “santificado seja o teu nome; venha o teu Reino; seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu”. Já a segunda parte traz três petições que dizem respeito a nossa vida e que implicam em provisão, perdão e proteção. São elas: “o pão nosso de cada dia nos dá hoje; perdoa-nos as nossas dividas, assim como nós perdoamos os nossos devedores; e não nos deixe cair em tentação, mas livra-nos do mal”.
Pai nosso, que estás nos céus
A palavra traduzida como “Pai” corresponde à palavra aramaica Abba que era uma forma comum de um filho se dirigir ao seu pai com carinho. Então é muito significativo o fato de Jesus ensinar que devemos nos dirigir a Deus como Pai. Isso porque, por natureza, nós não somos filhos de Deus. A Bíblia diz o homem caído é, na verdade, filho da ira (Efésios 2:1-4).
Mas Deus nos adotou em Cristo Jesus. Isso significa que pelos méritos de Cristo nós fomos adotados como filhos por Deus, e recebidos como herdeiros em sua família. Só podemos chamar Deus de “Pai” por causa de Cristo.
Também é realmente grande o número daqueles que foram redimidos por Cristo e aceitos na família de Deus. Então nós sempre devemos ter em mente que não estamos sozinhos, mas pertencemos a uma grande família. No Cristianismo não há lugar para individualismo.
A forma como Jesus diz “Pai nosso” implica nessa verdade maravilhosa. Simultaneamente milhões de filhos se dirigem em oração ao nosso Pai, e Ele escuta a cada um deles. A razão pela qual isso acontece é porque o nosso Pai não é qualquer tipo de pai. Na verdade Ele é o Pai nosso que está nos céus. Essa é uma clara indicação de sua divindade. Não oramos a um pai terreno, mas a um Pai celestial, cujo trono está nas alturas e faz da terra o estrado de seus pés (Isaías 66:1).
Santificado seja o teu nome
A frase “santificado seja o teu nome” essencialmente expressa uma preocupação com a glória de Deus. Os filhos de Deus adotados em Cristo entendem que a finalidade última de todas as coisas é a glória de Deus; é a santificação de seu sublime nome.
Nos tempos antigos os nomes não eram apenas títulos que distinguiam uma pessoa de outra. Na verdade os nomes eram considerados uma expressão da natureza da própria pessoa. Com isso em mente podemos entender melhor a petição “santificado seja o teu nome”. O nome de Deus revela o que Ele é em si mesmo. Então quando pedimos ao nosso Pai que seu nome seja santificado, estamos dizendo que nosso desejo principal nesta vida é que Deus seja reverenciado acima de tudo e de todos.
Com base nessa verdade inegável, muitos têm proposto que talvez a terminologia “batismo” não seja a mais adequada para se referir a essa questão. Palavras como “revestimento”, “capacitação” ou “enchimento” seriam termos mais indicados para isto. Esses termos podem tanto enfatizar a doutrina de que todos os cristãos genuínos possuem o Espírito Santo, quanto preservar a realidade de que a experiência prometida acerca do derramamento do Espírito Santo não se limita unicamente ao ato da regeneração, mas que se estende além desse ponto inicial. Desse modo, os cristãos devem buscar encher-se do Espírito Santo mais e mais durante suas vidas cristãs.
Pontos principais sobre o batismo com o Espírito Santo na visão Reformada
De forma bem resumida, os principais pontos defendidos por quem adota a posição Reformada acerca do batismo com o Espírito Santo são:
1) O livro de Atos narra um momento único na história da Igreja: a transição entre Antiga Aliança e a Nova Aliança. Portanto, nesse momento histórico específico existiam pessoas já regeneradas e convertidas nas quais o Espírito Santo habitava, mas que ainda precisavam receber o derramamento do Espírito Santo como cumprimento das promessas e capacitação para cumprir o ministério cristão.
2) As profecias sempre falam a respeito de que o Espírito Santo seria derramado sobre todo o povo de Deus, e não apenas sobre alguns (Números 11:29; Joel 2:28). De fato existem pessoas que experimentam um revestimento maior do Espírito Santo do que outras. Isto ocorre devido à forma com que elas trabalham sua vida cristã. Elas buscam mais diligentemente a direção do Espírito Santo em suas vidas. Em outras palavras, uns são mais guiados pelo Espírito do que outros. Mas isto não significa que existem duas classes de cristãos: os que recebem o batismo com o Espírito como uma segunda benção; e os que não recebem, sendo então crentes mais fracos, menos espirituais, e privados de uma experiência mais intima com Deus.
4) O apóstolo Paulo falou explicitamente que todos aqueles que fazem parte da Igreja foram “batizados em um mesmo Espírito”. Curiosamente ele diz isto exatamente num texto em que trata da experiência dos crentes com relação aos dons espirituais (1 Coríntios 12:13). Obviamente isso implica na ideia de que não é preciso que os cristãos recebam uma segunda benção que os qualifique a um novo nível espiritual. Eles apenas devem buscar com zelo os dons espirituais! Esses dons já estão disponíveis a todos aqueles que são habitados pelo Espírito Santo (1 Coríntios 12:31).
5) É estranho que em nenhum lugar nas epístolas do Novo Testamento haja uma ordem para que os cristãos busquem um batismo com o Espírito Santo com a evidência inicial de falar em línguas estranhas. Por outro lado, há várias referências que aconselham os cristãos a viverem sob o controle do Espírito Santo; se submetendo a sua vontade; sendo revestidos do seu poder e capacitados mais e mais para testemunhar Cristo ao mundo.
6) Se por “batismo com o Espírito Santo” entende-se “capacitação”, “revestimento” ou “enchimento” do Espírito Santo; não como uma segunda bênção que separa os super crentes, mas como algo que todo cristão experimenta ao ser “imerso” no Espírito Santo; então este é um conceito bíblico. No entanto, os cristãos são aconselhados a buscar esse “enchimento” do Espírito Santo repetidas vezes durante suas vidas, e não apenas numa única experiência que tem o valor de uma “bênção complementar” e posterior a obra da salvação (Efésios 5:18).
7) Há apenas três relatos no Novo Testamento de cristãos que após o Espírito Santo ter sido derramado falaram outras línguas (Atos 2; 10; 19). Isso aconteceu porque o falar em línguas constituía um sinal que atestava que aquelas pessoas verdadeiramente foram inseridas na Igreja. O propósito especial dessa comprovação era afirmar que não havia mais distinção entre judeus e gentios. O Evangelho deveria ser pregado a todos os povos, línguas e nações! Pessoas de todos os lugares do mundo poderiam ser batizadas com o Espírito Santo passando a pertencer ao corpo de Cristo.
Durante seu ministério, o próprio Jesus se identificou como sendo Aquele sobre o qual Isaías profetizou (Lucas 4:18-21). Então somente Jesus é capaz de batizar com o Espírito Santo. O Espírito Santo não é uma coisa que as pessoas podem manipular. Ele é Deus, a Terceira Pessoa da Trindade, o Consolador enviado do Pai e do Filho (João 15:26). Saiba mais sobre quem é o Espírito Santo.
Diferentes interpretações sobre o batismo com o Espírito Santo
Existe um grande debate entre os cristãos sobre o que é o batismo com o Espírito Santo. Esse debate surgiu especialmente a partir do século 20 com a ascensão do movimento carismático, e discute a natureza do batismo com o Espírito, quando e como ele ocorre e qual o seu verdadeiro significado. Toda essa discussão se resume em duas posições predominantes acerca do que é o batismo com o Espírito Santo.
A primeira interpretação defende que o batismo com o Espírito Santo está diretamente ligado à regeneração e a conversão do pecador. Sob esse aspecto, todos aqueles que verdadeiramente nasceram de novo necessariamente são batizados com o Espírito Santo. Esta é a posição tradicional e predominante no Cristianismo histórico e defendida ainda hoje principalmente pelas igrejas reformadas.
A segunda interpretação entende que o batismo com o Espírito Santo é uma experiência distinta da regeneração e posterior a ela. Seria um tipo de “segunda benção” que eleva os cristãos a um nível superior de espiritualidade. Nesse caso, nem todos os cristãos são batizados com o Espírito Santo. Esta é a interpretação característica dentro do pentecostalismo.
A seguir, vamos entender melhor cada uma dessas interpretações acerca do batismo com o Espírito Santo. Vale dizer que aqui não entraremos no campo das experiências pessoais. Apenas apontaremos a forma com que cada linha entende o assunto.
O batismo com o Espírito Santo na doutrina Pentescostal
Dentro do movimento Pentecostal o batismo com o Espírito Santo é visto como sendo uma bênção diferente da regeneração. Por isto alguns grupos utilizam a expressão “segunda bênção” para designá-lo.
Os pentecostais entendem que todo aquele que nasceu de novo já possui o Espírito Santo (cf. Colossenses 3:2; Efésios 1:13). Porém, isto não implica no batismo com o Espírito Santo especificamente. Então segundo a visão Pentecostal, após a conversão o cristão ainda deve buscar o batismo no Espírito Santo com diligência.
O propósito do batismo com o Espírito Santo também pode ser visto sob dois aspectos diferentes dentro da visão Pentecostal. No pentecostalismo clássico o batismo com o Espírito Santo estava diretamente ligado ao conceito de santificação. Inclusive, em alguns círculos pentecostais o batismo com o Espírito Santo estava relacionado à ideia de perfeccionismo cristão.
Com o tempo, o entendimento dentro do pentecostalismo sobre o propósito do batismo com o Espírito Santo mudou. A posição predominante passou a relacionar o batismo com Espírito Santo à capacitação de crentes com os dons para o ministério. Então sob este aspecto, o batismo com o Espírito Santo é uma obra especial operada pelo próprio Espírito de Deus no crente, concedendo-lhe poder para sua vida e seu ministério cristão.
Em outras palavras, essa posição diz que o batismo com o Espírito Santo implica num revestimento de poder que auxilia o crente em sua nova vida. Ele edifica o crente interiormente e lhe ajuda a ter uma conduta vitoriosa que possa testemunhar com autoridade a sua fé em Cristo. Entretanto, esse revestimento implica numa experiência singular que eleva os que o recebem a outro nível espiritual.
Pontos principais sobre o batismo com o Espírito Santo na visão Pentecostal
Para defender a ideia de que o batismo com o Espírito Santo é uma benção distinta da salvação, os pentecostais recorrem a algumas passagens do livro de Atos dos Apóstolos. Essas passagens servem de apoio aos pontos básicos de sua doutrina sobre o batismo com o Espírito Santo. Com base nesses textos eles concluem que:
Como a maioria dos estudiosos considera que esse grupo se refere aos ministros das congregações locais, tem sido amplamente aceito que aqueles que exercem o ofício de pastor-mestre sejam os mesmos chamados na Bíblia de “bispos”, “presbíteros” e “anciãos”, e que até hoje lideram a Igreja por meio da exposição da Palavra de Deus.
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📌 O Que são Dons Ministeriais?
Os dons ministeriais são dadivas do Senhor para o serviço espiritual na Igreja. Às vezes esses dons também são chamados de “dons de ofício”, “dons de serviço” ou “dons de liderança”. A lista clássica dos dons ministeriais é aquela registrada pelo apóstolo Paulo em sua Carta aos Efésios na qual ele menciona os apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestres (Efésios 4:11).
No texto de sua Carta aos Efésios, Paulo escreve que os dons ministeriais são resultantes da obra redentora de Cristo, incluindo sua humilhação e exaltação. Nesse sentido, o apóstolo escreve que após sua humilhação, Cristo “subiu acima de todos os céus, para encher todas as coisas. E Ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres” (Efésios 4:11).
O propósito dos dons ministeriais
É interessante notar que Paulo fala dos dons ministeriais enfocando as pessoas que os recebem. Por exemplo: ele não fala em “apostolado, profecia, evangelismo, pastorado e ensino”, mas fala em “apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestres”. E antes disso, Paulo escreveu que Cristo “concedeu dons aos homens” (Efésios 4:8). Aqui vale lembrar que a palavra dom significa “dádiva” ou “doação”
Tudo isso quer dizer que Paulo fala desses oficiais como se eles próprios fossem dádivas de Cristo para sua Igreja. O apóstolo argumenta que o Cristo exaltado no Céu deu à sua Igreja pessoas especialmente chamadas, capacitadas e comissionadas para os ministérios de apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestres.
O mesmo apóstolo ainda deixa muito claro o propósito disso. Ele explica que esses dons foram concedidos por Cristo “com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do Corpo de Cristo, até que todos cheguem à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus […]” (Efésios 4:12,13).
Isso mostra que os dons ministeriais não são dados para o próprio interesse pessoal de quem os recebem, mas eles são dados por Cristo no interesse da Igreja. Esses dons são exigidos para a edificação do Corpo de Cristo.
Cada membro do Corpo de Cristo possui suas funções e recebe dons espirituais da parte do Senhor mediante a ação do Espírito Santo. Então de modo geral, todos os cristãos desempenham funções ministeriais, mas alguns são chamados para exercerem ofícios ministeriais formais.
Isso implica que esses oficiais possuem funções de supervisão na Igreja e que devem ser reconhecidos pelos demais cristãos que exercem os ministérios informações. Nesse sentido, os ministérios formais jamais devem ser vistos como contrastando com os ministérios informais, mas, antes, como seus facilitadores.
Então por serem dons de Cristo para a Igreja, aqueles que exercem os ministérios oficiais devem ser também objetos de amor da Igreja. Na verdade, o amor deve permear todo e qualquer exercício de dons (1 Coríntios 12-14). Além disso, a liderança que os oficiais exercem deriva do próprio Cristo que é quem realmente governa a Igreja (Efésios 4:15,16).
A organização dos dons ministeriais
Assim como as demais listas de dons espirituais, a lista de dons ministeriais apresentada pelo apóstolo Paulo não tem o objetivo de ser exaustiva. Em outra parte, por exemplo, o mesmo apóstolo fala dos ministros oficiais da Igreja citando os bispos (ou anciãos/presbíteros) e os diáconos (Filipenses 1:1). Nos tempos do Novo Testamento, os bispos/presbíteros eram aqueles que governavam e ensinavam a igreja, enquanto os diáconos eram responsáveis pelo ministério assistencial que cuidava das necessidades materiais dos crentes.
Mas a lista dos dons ministeriais em Efésios 4 apresenta uma organização mais sistematizada dos ministérios oficiais da Igreja. Muita gente fala dessa lista como que possuindo cinco dos ministeriais. Mas é amplamente aceito pelos estudiosos que Paulo tinha em vista apenas quatro grupos: 1) apóstolos; 2) profetas; 3) evangelistas; e 4) pastores e mestres.
📌 O propiciatório era a peça que cobria a Arca da Aliança nos tempos do Antigo Testamento. De acordo com a descrição bíblica, a Arca da Aliança era um cubo feito de madeira de acácia totalmente revestido de ouro, por dentro e por fora. Em seu interior a Arca guardava as tábuas da Lei, o vaso de ouro contendo o maná e a vara de Arão que floresceu. E o propiciatório era a tampa que selava a Arca da Aliança.
O propiciatório também era feito de ouro puro. E no propiciatório havia as imagens de dois querubins de ouro, posicionados um de frente para o outro, com suas asas estendidas como que cobrindo a tampa da Arca (Êxodo 25:17). O propiciatório foi construído conforme as instruções do próprio Deus dadas a Moisés. O homem escolhido por Deus e capacitado de forma especial pelo Espírito Santo para fabricar o propiciatório foi o artesão Bezalel.
Qual o significado do propiciatório?
O propiciatório recebeu esse nome em conexão ao que de fato acontecia nele. Para entender corretamente o significado do propiciatório, antes é preciso saber que a Arca da Aliança nos tempos do Antigo Testamento era o símbolo máximo da presença de Deus habitando no meio do seu povo; de modo que o propiciatório com as figuras dos querubins era uma representação direta do trono de Deus.
A Arca ficava guardada no lugar mais secreto do santuário, ou seja, no Santo dos Santos. Somente as pessoas autorizadas podiam se aproximar da Arca e havia todo um regulamento a ser seguido quando fosse necessário transportá-la para algum lugar.
Mas uma vez por ano acontecia o Dia da Expiação. Essa era a data mais importante do calendário de festividades judaicas. Nesse dia o sumo sacerdote recebia a autorização para entrar no Santo dos Santos e servir diante da Arca do Senhor.
No Dia da Expiação o sumo sacerdote apresentava a Deus os sacrifícios anuais para a expiação dos pecados de Israel. Então ele pegava do sangue dos sacrifícios e entrava no Santo dos Santos e aspergia o sangue sobre a tampa da Arca da Aliança. O objetivo desse cerimonial era apaziguar a ira de Deus provendo expiação dos pecados do povo. Daí vem o nome “propiciatório”.
A palavra “propiciatório” traduz um termo hebraico no Antigo Testamento que indica um “lugar de expiação” que, por sua vez, vem de uma raiz que significa “pacificar”, “expiar”, “encobrir” ou “fazer reconciliação”. Então a tampa da Arca da Aliança era chamada de “propiciatório” porque era ali que simbolicamente o povo pecador se encontrava com Deus e era reconciliado com Ele; era ali que a ira de Deus era aplacada mediante a aspersão do sangue do sacrifício expiatório.
Jesus Cristo e o propiciatório
O propiciatório dos tempos do Antigo Testamento apontava diretamente para Cristo e seu sacrifício vicário. O Novo Testamento mostra que a cruz se tornou o lugar onde o pecador se encontrou com Deus e obteve reconciliação plena mediante o sangue de Jesus Cristo.
A morte Cristo foi substitutiva, ou seja, Ele substituiu os pecadores e recebeu no lugar deles todo o peso da santa ira de Deus por causa do pecado. Então através de sua morte, a justiça divina foi satisfeita e o homem foi reconciliado com Deus. O pecado do homem ofendeu a Deus, mas o sacrifício de Cristo aplacou sua ira.
Nesse sentido, os estudiosos têm observado que no Novo Testamento o “propiciatório” se refere à cruz como lugar da propiciação; bem como ao sacrifício de Cristo como o ato propiciatório; e ainda ao próprio Cristo como a pessoa que se ofereceu como propiciação pelo pecado daqueles que Ele redimiu (cf. Romanos 3:25).
Mas também é importante saber que diferentemente dos tempos do Antigo Testamento quando anualmente o sangue do sacrifício deveria ser aspergido sobre o propiciatório no Santo dos Santos, o sacrifício de Cristo foi apresentado uma vez por todas.
A propiciação mediante o sangue de Cristo foi perfeita e proveu a reconciliação completa e definitiva do homem com Deus. Nenhum outro sacrifício precisa ser adicionado à obra de Cristo para satisfazer a justiça de Deus. Nada do que Jesus Cristo fez precisa de qualquer complemento!
Os anaquins eram uma tribo que habitava nas regiões montanhosas de Canaã antes da chegada dos israelitas. Os anaquins também são chamados na Bíblia de “filhos de Anaque”. Isso significa que esse povo era descende de Anaque. Em algumas traduções Anaque é chamado de “Enaque”, bom como os anaquins de “enaquis”.
É possível que o nome “Anaque” e a palavra “anaquim” venham da palavra hebraica para “colar”. Por isso frequentemente os anaquins são identificados por alguns estudiosos como o “povo do pescoço”, ou “povo de pescoço comprido”.
Quem foi Anaque na Bíblia
Não há praticamente nenhuma informação específica sobre quem foi Anaque. O nome Anaque aparece na Bíblia sem o artigo em pelo menos duas passagens, indicando que Anaque de fato era uma pessoa e não apenas um nome específico que serviu para designar a tribo dos anaquins (Números 13:33; Deuteronômio 9:2).
A Bíblia também menciona a “cidade de Arba”, do hebraico Quiriate-Arba, que alguns textos bíblicos identificam como o pai de Anaque (Josué 15:13; 21:11). Isso tem levado os estudiosos a interpretarem essa designação de duas formas.
Alguns acreditam que Arba foi o antepassado de Anaque e, portanto, o ancestral mais recuado dos anaquins de que se tem notícia. Essa interpretação parece estar de acordo com a descrição pessoal de Arba como “um grande homem entre os anaquins” no livro de Josué (Josué 14:15).
Outros acreditam que essa expressão é aplicada na Bíblia como o nome próprio da cidade, ou seja, Quiriate-Arba. Se esse for o caso, então essa designação simplesmente indica que aquele lugar era a pátria dos anaquins.
Também é importante saber que a expressão “Quiriate-Arba” era o antigo nome da cidade de Hebrom (Gênesis 23:1). Isso quer dizer que a cidade, que ficava aproximadamente trinta quilômetros de Jerusalém, foi o lar dos anaquins antes de ter sido tomada pelos israelitas.
A Bíblia ainda menciona Aimã, Sesai e Talmai como “filhos de Anaque” (Números 13:22). Esse registro parece indicar que a região de Hebrom era dominada por três clãs dos descendentes de Anaque.
Os anaquins eram considerados gigantes
Os anaquins são mencionados na Bíblia como tendo uma estatura extraordinária. Parece que a fama dos anaquins como uma raça de gigantes amedrontava os povos vizinhos. Pelo menos foi assim que os anaquins foram descritos pelos desanimados espias israelitas quando foram espiar a terra de Canaã e falaram que encontraram ali “descendentes dos gigantes” (Números 13:33).
Curiosamente a palavra “gigantes” na descrição dos espias traduz o original nefilins. Isso quer dizer que os espias disseram que os filhos de Anaque eram descendentes dos nefilins. Os nefilins são mencionados primeiramente em Gênesis 6 como sendo aqueles que nasceram do relacionamento dos filhos de Deus com as filhas dos homens (Gênesis 6:4).
Apesar de haver sempre muita discussão sobre a identidade dos nefilins, a interpretação mais equilibrada biblicamente diz que os nefilins eram, principalmente, homens poderosos, valentes e temíveis da Antiguidade.
Como todos os primeiros nefilins morreram no dilúvio no tempo de Noé, obviamente os anaquins não tiveram qualquer ligação com eles. Nesse caso, eles são chamados de “descendentes dos nefilins” no sentido de destacar que os anaquins eram poderosos, valentes e temíveis, tal como os guerreiros pré-diluvianos.
Além disso, o fato de a Septuaginta — versão grega do Antigo Testamento — traduzir o hebraico nefilins com o grego gigas, que significa gigantes, parece indicar a conexão desses povos com a ideia de que seus representantes tinham mesmo uma estatura elevada para os padrões daqueles povos. Nesse sentido, os anaquins são também mencionados em conexão com os refains (Deuteronômio 2:11).
Seja como for, os espias israelitas enfatizaram que havia anaquins naquelas terras, e que eles se sentiam como gafanhotos perto deles (Números 13:33). O relatório dos espias sobre os anaquins acabou gerando desanimo no povo de Israel (Deuteronômio 1:28).
O mesmo também pode ser dito a respeito de alguns reis de Israel. A Bíblia diz, por exemplo, que a partir da ocasião da unção de Davi o “Espírito do Senhor se apoderou” dele (1 Samuel 16:13).
A obra do Espírito Santo na vida religiosa de Israel
A obra do Espírito Santo em seu aspecto capacitador também marcou a vida espiritual de Israel. Os sacerdotes, por exemplo, eram ungidos para o seu serviço — o que significava que eles serviam sob o chamado de Deus e a capacitação do Espírito (Êxodo 28:41).
Os profetas que transmitiram ao povo as profecias divinas e registraram a revelação de Deus na Escritura, assim o fizeram pela ação do Espírito Santo (Ezequiel 2:2). Tudo o que eles falaram não foi fruto da vontade humana, mas foi proveniente da inspiração do Espírito Santo (2 Pedro 1:21). Isso também está de acordo com a informação bíblica de que o povo de Deus no Antigo Testamento foi ensinado sob o dom do Espírito de Deus (Neemias 9:20).
A atuação do Espírito Santo na vida de pessoas não crentes
A obra do Espírito Santo na capacitação especial de uma pessoa para o serviço, não deve ser confundida com a obra do Espírito Santo na regeneração do pecador. No Antigo Testamento o Espírito Santo capacitava de forma extraordinária principalmente os crentes. Mas também é verdade que em alguns casos essa capacitação também podia ser estendida sobre certos indivíduos que não eram verdadeiramente crentes.
Por exemplo: na Bíblia lemos sobre como o reprovável Balaão chegou a profetizar sob o poder do Espírito Santo (Números 22-23). Os filhos do sumo sacerdote Eli, embora pertencessem a uma linhagem ungida de sacerdotes, eram ímpios (1 Samuel 2:12). Quando Saul foi ungido como rei de Israel, o Espírito Santo veio sobre ele, mas depois o mesmo Espírito se retirou dele (1 Samuel 16:14).
Esses episódios deixam claro que a unção do Espírito Santo para o exercício de um serviço específico não era o mesmo que o dom da regeneração produzido pelo Espírito de Deus na vida do pecador.
Inclusive, isso explica a oração do rei Davi ao Senhor após reconhecer os seus pecados: “Não retires de mim o teu Espírito Santo” (Salmos 51:11). Davi havia visto o fim desastroso de Saul quando o Espírito Santo se retirou dele. Então tendo em vista os seus pecados, Davi temeu perder a unção especial dada pelo Espírito do Senhor que lhe habilitava para reinar e pastorear sobre Israel.
Mas essa oração do rei Davi é interessante porque foi a oração de uma pessoa que não apenas tinha sobre sua vida a unção do Espírito Santo para desempenhar o seu ministério, mas também era uma pessoa que tinha recebido o dom da regeneração operada pelo Espírito Santo.
Por isso, do começo ao fim a oração de Davi foi uma oração de arrependimento sincero; foi uma oração de quem queria ser restaurado, purificado e invadido novamente pela alegria da salvação que é comum somente àqueles que desfrutam de plena comunhão com Deus (Salmos 51:12).
A atuação especial do Espírito Santo no Novo Testamento
Conforme o caráter progressivo da revelação de Deus à humanidade, a obra do Espírito Santo se mostrou mais intensa a partir do tempo do Novo Testamento. Enquanto no Antigo Testamento a obra do Espírito Santo de forma especial na vida das pessoas era mais isolada, a partir do Novo Testamento ela se tornou mais abrangente e completa.
Por exemplo: quando Moisés sentiu o peso da pressão israelita no deserto, Deus lhe proveu ajuda compartilhando com setenta anciãos o mesmo Espírito que havia sido dado apenas a Moisés. Então naquele contexto Moisés declarou que almejaria que o Senhor desse a todo o povo o seu Espírito (Número 11:29).
Mais tarde, através do profeta Joel o Senhor anunciou que aquela realidade desejada por Moisés haveria de acontecer, pois Ele haveria de derramar do seu Espírito sobre toda a carne, sobre jovens e velhos, servos e senhores (Joel 2:28,29).
A graça de Deus revelada em Cristo
Soberanamente Deus resolveu agir de forma favorável para aqueles que mereciam o castigo. Ele resolveu declarar inocentes aqueles que mereciam ser condenados. Mas Ele não fez isso apenas ignorando o erro dessas pessoas, pois se fosse assim Ele não seria justo.
Então nesse ponto encontramos Cristo nos mostrando o que de fato é a graça de Deus. O que aconteceu foi que o erro dessas pessoas culpadas foi punido na pessoa de Cristo; a dívida dessas pessoas alienadas foi colocada na conta de Cristo e quitada integralmente por Ele. Nesse sentido, a obra expiatória de Cristo é a maior expressão da graça de Deus.
Por isso é muito apropriado que a Bíblia fale da salvação em termos econômicos, ou seja, ela fala que o crente foi redimido por Cristo. Redenção diz respeito a um pagamento. Ser redimido significa basicamente ser comprado. Nos tempos antigos esse termo às vezes era empregado para se referir à libertação de um escravo mediante um pagamento oferecido por um redentor.
Essa era justamente a nossa situação. Éramos escravos do pecado e não tínhamos como pagar a nossa dívida. Então quando Cristo veio ao mundo para resgatar pecadores miseráveis que mereciam o inferno, a palavra graça assumiu o seu significado mais pleno.
Dessa forma, a salvação é um dom de Deus para nós, e sendo um dom, ela não vem em resposta às nossas boas obras ou em recompensa aos nossos méritos. A salvação é graça, e graça é justamente aquilo que não temos direito algum de receber. Então como diz o antigo hino de Jonh Newton, o que podemos dizer é: “Graça maravilhosa, quão doce é o som que salvou um desgraçado como eu”.
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O alcance da graça salvadora
Sem dúvida a graça salvadora é suficiente para suprir, se fosse o caso, todas as pessoas de todas as épocas e lugares. Mas a Bíblia realmente não diz que todas as pessoas do mundo experimentam essa graça especial. Se isso fosse verdade, então todos seriam salvos, pois a graça de Deus não falha.
Muita gente se pergunta se Deus ama a todas as pessoas incondicionalmente. A resposta para essa pergunta deve observar a verdade bíblica a respeito da graça comum e da graça salvadora. Com base na graça comum, podemos dizer que Deus se relaciona e ama a todos os indivíduos sem exceção. Já com base na graça salvadora, podemos dizer que Deus se relaciona e ama de forma especial apenas aqueles que estão unidos a Cristo e pertencem ao seu povo.
Inclusive, também é verdade que embora esse amor especial de Deus revelado em sua graça salvadora não esteja sobre todas as pessoas, ele alcança todos os tipos de pessoas. Isso significa que apesar de ninguém ser qualificado para merecer o amor de Deus, em sua graça salvadora Ele amou e purificou para si um povo especial que reúne pessoas de todos os tipos; judeus e gentios, homens e mulheres, velhos e jovens, ricos e pobres, senhores e servos (Tito 2).
Outra dimensão do alcance da graça salvadora diz respeito à sua extensão na vida do redimido que desfruta dela. A graça salvadora é completa! Ela provê ao pecador uma nova posição ao ressuscitá-lo de sua morte espiritual, provê justificação, capacitação para uma vida zelosa e de acordo com os preceitos de Deus, e uma herança inviolável (Efésios 1:14; 2:1-10; 1 Pedro 2:4-10).
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Por exemplo: não podemos dizer que apenas aqueles que profetizam ou falam em línguas são os que possuem o poder do Espírito em suas vidas, pois a Bíblia fala que nem todos os crentes profetizam ou falam línguas; mas ainda assim ela diz que todos os crentes são batizados no mesmo Espírito (1 Coríntios 12:13-31).
Por fim, em certo sentido os dons espirituais também prenunciam o poder e as maravilhas que desfrutaremos na eternidade. A Bíblia diz que o Espírito Santo é o selo garantidor da nossa herança. Então os dons que ele concede aos crentes certamente dão uma amostra da realidade superior da bem-aventurança eterna na presença de Deus.
Por exemplo: através do dom da cura, Deus restaura a saúde de alguém, e isso nos faz vislumbrar o dia em que teremos um corpo glorificado não mais sujeito a qualquer enfermidade. Portanto, cabe a nós identificar, desenvolver e usar os dons espirituais que o Espírito Santo nos concede.
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📌 O Que é o Antigo Testamento da Bíblia?
O Antigo Testamento, também chamado de Velho Testamento, é a porção da Bíblia que registra a história da redenção no período anterior ao advento de Cristo. Isso, inclusive, explica a designação “Antigo Testamento”. A palavra “testamento”, do latim testamentum, traduz a palavra grega diatheke, que indica uma aliança, um pacto ou um contrato.
Muitos eruditos concordam que a palavra “testamento” não é a melhor tradução do termo grego; já que a designação “Antigo Testamento” faz referência à antiga aliança firmada por Deus com o povo de Israel, indicando que seu conteúdo registra os principais acontecimentos da história desse antigo pacto.
Talvez “Antigo Pacto” fosse uma designação mais apropriada. Inclusive, o Novo Testamento se refere à Escritura do Antigo Testamento como a leitura da “Antiga Aliança” (2 Coríntios 3:14). Mas essa designação, “Antigo Testamento”, acabou se tornando comum entre os cristãos a partir do segundo século depois de Cristo.
Seja como for, fica claro que a Bíblia cristã é dividida em duas grandes partes, isto é, em duas grandes alianças. O Antigo Testamento é a primeira dessas duas divisões; enquanto que o Novo Testamento é a segunda.
Também é importante saber que quando Deus criou o homem, a escrita não passou a existir imediatamente. Na verdade, houve um longo caminho até que as primeiras formas de escritas fossem desenvolvidas. Isso significa que parte da história do Antigo Testamento ocorreu num tempo em que não havia a escrita.
Então durante esse tempo, as histórias da revelação de Deus foram sendo transmitidas por tradição oral. Mas o próprio Deus esteve diretamente envolvido nesse processo, de modo a preservar sua revelação para que mais tarde ela fosse registrada de forma infalível pelas pessoas que foram escolhidas por Ele para produzirem a Escritura.
Como e quando o Antigo Testamento foi escrito?
O Antigo Testamento foi escrito num período de aproximadamente mil anos, entre meados do segundo milênio e meados do primeiro milênio antes de Cristo. O primeiro livro provavelmente foi escrito em cerca de 1440 a.C., no tempo do êxodo dos israelitas do Egito. Já o último livro do Antigo Testamento foi escrito por volta 430 a.C., depois do período do cativeiro dos judeus na Babilônia.
Os textos do Antigo Testamento, em sua ampla maioria, foram escritos em hebraico antigo. Algumas pequenas porções do Antigo Testamento também foram escritas em aramaico — outro idioma que também não é mais falado. Os trechos em aramaico estão nos livros de Daniel, Esdras e Jeremias. Pequenas tábuas, pedras, louças, couro e pele de animal eram os materiais mais usados para a escrita naquele tempo.
A forma como o Antigo Testamento foi escrito também chama a atenção das pessoas. Embora o antigo Testamento seja uma coleção de livros antigos, ele também é a Escritura Sagrada, ou seja, a Palavra de Deus. Isso significa que o próprio Deus esteve envolvido em sua composição, de modo que cada palavra foi inspirada por Ele (cf. 2 Timóteo 3:16).
Mas isso não significa que os escritos do Antigo Testamento foram ditados por Deus. O processo de inspiração da Escritura foi muito mais complexo. Apesar de cada palavra contar com a inspiração divina, o processo de composição das Escrituras não anulou a personalidade, as características e o trabalho de pesquisa de dezenas de escritores humanos.
Então os textos do Antigo Testamento registram a revelação de divina que foi dada progressivamente ao homem por obras poderosas de Deus e por palavras proféticas; bem como as reações humanas a essa revelação.
Isso quer dizer que no processo de registro do Antigo Testamento, algumas vezes os escritores bíblicos interpretaram os atos poderosos de Deus ao longo da história dando-lhes o significado correto, e nesse processo eles fizeram uso, inclusive, de tradições orais e escritos mais antigos. Outras vezes, os escritores bíblicos registraram de forma direta as palavras proféticas da parte de Deus ao seu povo.
📌 Quais São os Principais Montes da Bíblia?
Vários montes são citados na narrativa Bíblica. Muitos desses montes serviram de cenário para ocasiões realmente muito significativas dentro da história da redenção. Por isso conhecer quais são os principais montes da Bíblia é importante para entendermos a geografia e até o contexto histórico de muitas histórias bíblicas.
Alguns desses montes da Bíblia são mencionados com mais frequência, enquanto outros aparecem apenas uma única vez no texto bíblico. Há ainda o fato de que um mesmo monte pode ser citado com dois nomes diferentes. Vejamos neste estudo bíblico quais são os mais importantes montes da Bíblia.
1. Monte Ararate
O Monte Ararate foi onde a arca de Noé repousou após as águas do dilúvio diminuírem o seu nível. O Monte Ararate fica na atual Turquia e possui dois cumes, cujo maior supera cinco mil metros de altitude. Saiba mais sobre o Monte Ararate.
E a arca repousou no sétimo mês, no dia dezessete do mês, sobre os montes de Ararate. (Gênesis 8:4)
2. Monte Moriá
O Monte Moriá fica na região para o qual Abraão partiu com seu filho Isaque para oferecê-lo em sacrifício a Deus. Posteriormente o Templo de Salomão foi construído no Monte Moriá. Isso significa que sua localização está na cidade de Jerusalém. Saiba mais sobre o Monte Moriá.
Então Deus lhe ordenou: “Toma Isaque, teu filho, teu único filho, a quem tu muito amas, e vai-te à terra de Moriá. Sacrifica-o ali como holocausto, sobre um dos montes, que Eu te indicarei!” (Gênesis 22:2)
Então Salomão começou as obras para construção do Templo do SENHOR, a Casa de Yahweh em Jerusalém, no alto do monte Moriá, onde Yahweh havia aparecido a Davi, seu pai, exatamente na área que Davi providenciara na eira, o terreno de malhar o trigo de Ornã Araúna, o jebuseu. (2 Crônicas 3:1)
3. Monte Seir
O Monte Seir fica ao sul do Mar Morto. As montanhas de Seir ficaram conhecidas na Bíblia por ter sido o local para onde Esaú foi após a morte de seu pai, Isaque.
Por esse motivo, Esaú, também chamado de Edom, estabeleceu-se nos montes de Seir. (Gênesis 36:8)
4. Monte Sinai (Monte Horebe)
O Monte Sinai sem dúvida é um dos montes mais emblemáticos da Bíblia. Nem todos sabem, mas o Monte Sinai é o mesmo Monte Horebe citado em outras partes da Bíblia. No Monte Sinai a Lei foi dada a Moisés. Mais tarde o profeta Elias também esteve no Monte Sinai, mas na ocasião chamado de Horebe. Sua localização exata é debatida, mas acredita-se que fica próximo do Egito. Saiba mais sobre o Monte Sinai (Monte Horebe).
Após terem saído de Refidim, entraram no deserto do Sinai, e o povo de Israel acampou ali, diante do monte Sinai. (Êxodo 19:2-25)
5. Monte Ebal
No Monte Ebal foi ordenado que os israelitas construíssem um altar após entrarem na Terra Prometida. O Monte Ebal ficava próximo do Monte Gerizim.
Logo após ter atravessado o Jordão erigirás essas rochas, conforme hoje te ordeno, sobre o monte Ebal, e as caiarás. E lá edificarás um altar em louvor a Yahweh, teu Deus, um altar de pedras não trabalhadas por ferro; é com pedras brutas que vais edificar o altar do SENHOR, o teu Deus, e sobre ele oferecerás holocaustos, sacrifícios totalmente queimados, a Yahweh, teu Deus. (Deuteronômio 27:4-6)
6. Monte Nebo (Monte Pisga)
O Monte Nebo é mais outro monte que é mencionado na Bíblia por dois nomes diferentes. O Monte Nebo, ou Monte Pisga, foi o local de onde Moisés avistou a Terra Prometida.
Então, vindo Moisés das planícies de Moabe subiu o monte Nebo, ao topo de Pisga, em frente de Jericó. Dali do alto o SENHOR Deus lhe mostrou toda a terra de Canaã… (Deuteronômio 34:1)
7. Monte Hermom
O Monte Hermom é citado no livro de Josué como sendo uma cadeia de montanhas que ficava no limite norte do território conquistado de Canaã.
[…] aos cananeus a leste e a oeste; aos amorreus, aos hititas, aos ferezeus e aos jebuseus das montanhas e aos heveus ao pé do monte Hermom, na região de Mispá. (Josué 11:3,17)
Venha o teu Reino
Aqueles que se preocupam que seu Pai celestial seja glorificado e seu nome reverenciado, também desejam que o Reino de Deus seja estabelecido mais e mais neste mundo. Quando oramos pedindo que o Reino de Deus venha, estamos reconhecendo o domínio de Deus e almejando que esse reconhecimento também alcance todas as partes desta terra.
Sabemos que o Reino de Deus já está presente. Jesus disse: “É chegado o Reino de Deus” (Mateus 4:17). Mas também sabemos que esse reino ainda não veio em toda sua plenitude. Ele virá quando Cristo voltar mais uma vez. Então ao dizermos “venha o teu Reino”, estamos pedindo pela manifestação plena e final da obra de Deus na História; estamos pedindo pela expansão do Evangelho; estamos pedindo pelo retorno de Jesus Cristo; e estamos pedindo pela consumação de todas as coisas para que possamos tão logo viver ao lado de Deus no novo céu e na nova terra.
Seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu
Essa terceira petição relacionada a Deus é a conseqüência natural das duas primeiras. Se entendemos que a glória de Deus é o que realmente é importante e que seu santo nome deve ser reverenciado; e se entendemos a importância que há na expansão do Reino de Deus nesta terra, então também entendemos que tudo deve estar submetido à vontade de Deus.
É vontade de Deus que deve prevalecer, não a nossa. A consciência dessa verdade bíblica deve moldar o nosso relacionamento com Deus. Antes de pedirmos qualquer coisa a Deus, devemos nos lembrar que é a vontade d’Ele que deve ser feita e honrada. Então as nossas petições devem passar, primeiro, por esse filtro.
Perceba que Jesus diz “seja feita a tua vontade, assim na terá como no céu”. No céu a vontade de Deus é obedecida plenamente. Mas na terra, por causa do pecado, os homens transgridem a Lei de Deus; eles não andam segundo a vontade do Senhor. Porém, quando oramos para que a vontade de Deus seja feita na terra assim como é feita no céu, estamos pedindo a Deus que seus planos e seus propósitos sejam completamente cumpridos, e que Ele seja obedecido, reverenciado e glorificado na terra assim como Ele é no céu.
O pão nosso de cada dia nos dá hoje
Perceba que somente depois de orarmos pela santificação do nome de Deus, pelo Reino de Deus e pelo cumprimento da vontade de Deus, é que devemos orar pelas nossas necessidades diárias. O “pão nosso” a que Jesus se refere nessa oração diz respeito justamente àquilo que é essencial para nossa sobrevivência física nesta terra. É interessante notar também que Jesus diz “o pão de cada dia nos dá hoje”. Isso significa que devemos orar todos os dias apenas pelo pão diário, confiantes de que o futuro pertence a Deus.
Então quando oramos “o pão nosso de cada dia nos dá hoje” estamos pedindo a Deus que Ele derrame de sua provisão sobre nós para que possamos ter o necessário para sobrevivermos diariamente neste mundo. Isso significa que o compromisso da provisão de Deus nesse sentido é simplesmente com as nossas necessidades básicas. É claro que se Ele quiser, Ele poderá nos dar algo além do pão diário, mas tudo o que passar disso é simplesmente favor de sua bondade e misericórdia.
Perdoa as nossas dividas, assim como perdoamos os nossos devedores
As dividas que pedimos para que Deus perdoe não são dividas terrenas, mas dívidas espirituais. Essa parte da oração do Pai Nosso é uma confissão de nossos pecados. Apesar de termos sido redimidos, justificados e regenerados, enquanto estivermos nesta terra ainda estamos sujeitos ao pecado (1 João 1:10).
Sabemos que Cristo pagou todos os nossos pecados na cruz. Entretanto, a Bíblia nos ensina a confessarmos os nossos pecados a Deus para que possamos sentir o conforto de seu perdão através da pessoa de Cristo (1 João 1:9; cf. Provérbios 28:13).
Mas há algo importante aqui. Jesus diz que devemos pedir que Deus perdoe nossas dividas assim como nós também perdoamos os nossos devedores. Na Parábola do Credor Incompassivo Jesus ensina que nós perdoamos porque fomos perdoados (Mateus 18:23-35).
Em todas as outras conversões, apesar do “dom do Espírito” ter sido derramado sobre os convertidos, não há qualquer informação de que estes imediatamente falaram em línguas (Atos 2:41; 8:38,29; 9:18; 16:15).
8) Em nenhum lugar os escritores bíblicos falam que as línguas servem de evidencia do batismo com o Espírito Santo. Ao contrário disto, o apóstolo Paulo coloca as línguas como mais um dom ao lado de outros. Esses dons são distribuídos pelo Espírito Santo soberanamente a quem Ele quiser. Nunca na Bíblia o falar em outras línguas é visto como um tipo de suprassumo dos dons. Na verdade as línguas são vistas em posição de importância inferior a outros dons.
Conclusão sobre o significado do batismo com o Espírito Santo
Vimos neste estudo as diferentes interpretações que os cristãos sustentam acerca do que é o batismo com o Espírito Santo. Apesar das diferenças, é correto dizer que todos os cristãos verdadeiros, pentecostais ou tradicionais/reformados, têm em comum o mesmo desejo. Todos querem servir ao Senhor com diligência! O desejo de cada cristão genuíno é ser capacitado com o poder de Deus através da plenitude do Espírito Santo para exercer o ministério do Evangelho. Todo cristão verdadeiro deseja ter uma vida de vitória sobre o pecado e que reflete o caráter de Cristo numa conduta pautada pela palavra de Deus. Somente assim o fruto do Espírito será visível em suas vida.
Concordo com o R. C. Sproul quando ele diz que “de maneira geral, as diferentes igrejas concordam que o significado do batismo do Espírito Santo é capacitar o povo de Deus para cumprir o ministério que Cristo confiou à sua Igreja”. Ele também afirma que todos os redimidos recebem o Espírito Santo, não somente através da regeneração e da própria habitação do Espírito em si mesmo, mas também na dádiva de poder participar no ministério de Cristo como parte de seu corpo.
Portanto, não é uma discussão sobre o que é o batismo com o Espírito Santo que deverá servir de motivo para dividir a Igreja do Senhor. Quem se deixa levar por um tipo de rivalidade nesse sentido, jamais compreendeu o verdadeiro significado do batismo com o Espírito Santo. O batismo com o Espirito Santo tem como propósito principal unir em um só corpo todos aqueles que foram redimidos pelo Senhor Jesus, a fim de que tenham uma vida de santidade. É preciso lembrar que a ordenança bíblica é a mesma para todos: “Enchei-vos do Espírito!” (Efésios 5:18).
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1) As pessoas que receberam o batismo com o Espírito Santo já eram crentes. Isso significa que elas já tinham sido regeneradas quando receberam o dom do Espírito. Os principais exemplos utilizados são:
Os próprios apóstolos que receberam o batismo com o Espírito Santo em Atos 2.
Os samaritanos que já tinham recebido a Palavra de Deus e sido batizados em nome do Senhor Jesus. Eles receberam o Espírito Santo somente após a oração dos apóstolos (Atos 8:14-17).
O centurião Cornélio que já era temente a Deus quando foi batizado com o Espírito Santo (Atos 10:44-46).
O episódio envolvendo os discípulos de João Batista (Atos 19:1-6).
2) Como o batismo com o Espírito Santo é diferente da regeneração, isso indica que pode haver um hiato de tempo entre um e outro. Para defender esse ponto, geralmente utiliza-se o exemplo da conversão de Paulo de Tarso. Somente depois de três dias o Espírito Santo foi derramado sobre ele (Atos 9:1-18).
Os pentecostais admitem que é possível que a conversão e batismo com Espírito Santo ocorram simultaneamente. Por outro lado, eles também afirmam que pode haver a possibilidade de um crente regenerado nunca receber a benção do batismo com o Espírito Santo. Assim, embora num nível todos os cristãos possuam o Espírito Santo, em outro apenas alguns são realmente dotados do poder do Espírito.
3) A evidência externa e necessária do batismo com o Espírito Santo é o falar em línguas. Essa afirmação se baseia especialmente nos relatos do livro de Atos. Três acontecimentos são utilizados na defesa desse ponto: o que aconteceu no Pentecostes em Atos 2; o derramamento do Espírito Santo na casa de Cornélio; e o que aconteceu em Éfeso com os seguidores de João Batista (Atos 10:46; 19:6).
Divergências entre os pentecostais sobre o batismo com o Espírito Santo
Também é verdade que dentro do próprio pentecostalismo existe muita divergência de pensamentos quando o assunto é o batismo com o Espírito Santo. Alguns, por exemplo, consideram que o falar em línguas não necessariamente seja uma evidência obrigatória do batismo. Eles admitem que alguém pode ser batizado com o Espírito Santo e não falar em línguas.
Outro exemplo é a distinção com relação a nomenclatura. Para alguns, expressões como: “batismo no Espírito Santo”, “batismo com o Espírito Santo” e “batismo pelo Espírito Santo” são definições similares. Mas para outros, existem diferenças nessas expressões. Neste último caso, o “batismo pelo Espírito Santo” seria a regeneração; enquanto que o “batismo com o Espírito Santo” ou “no Espírito Santo” seria a experiência posterior à regeneração que todos devem buscar como uma bênção adicional.
O batismo com o Espírito Santo na doutrina Reformada
Dentro do protestantismo histórico, basicamente o batismo com o Espírito Santo sempre foi entendido como pertencendo à própria bênção da salvação. O termo “batismo” implica na ideia de “inicialização”, isto é, um “rito de passagem”.
Dessa forma, ao ser batizado com o Espírito Santo, o cristão é iniciado na Fé Cristã. Isso significa que ele é introduzido à comunidade dos fiéis e passa a pertencer ao Corpo de Cristo, a Igreja. Assim como ocorre entre os pentecostais, dentro da visão Reformada também existem diferenças entre seus defensores.
Há vários estudiosos dessa linha, por exemplo, que defendem que é errado considerar o batismo com o Espírito Santo como algo limitado exclusivamente ao novo nascimento. Eles dizem que é necessário enfatizar a ação do Espírito Santo trabalhando no regenerado além do novo nascimento, concedendo-lhe um revestimento que pode ser percebido no aspecto experimental. Todas as vezes que Espírito Santo foi derramado no livro de Atos dos Apóstolos, os cristãos experimentaram um poder extraordinário que capacita o povo de Deus para cumprir o ministério que Cristo confiou à Igreja.
📌 O Que é o Batismo com Espírito Santo? Qual é o Seu Significado?
O batismo com o Espírito Santo é uma expressão bíblica encontrada no Novo Testamento para denominar o derramamento do Espírito Santo sobre os cristãos como cumprimento das promessas registradas nas Escrituras em conexão com o ministério do Messias. As pessoas também usam de forma similar as expressões “batismo no Espírito Santo” ou “batismo do Espírito Santo”.
A frase “batizar com o Espírito Santo” aparece quatro vezes nos Evangelhos e duas vezes no livro de Atos dos Apóstolos (Mateus 3:11; Marcos 1:8; João 1:33; Lucas 3:16; Atos 1:5; 11:16). A promessa sobre o batismo com o Espírito Santo encontrou seu cumprimento após a ascensão de Cristo ao céu. Conforme havia sido prometido, o Espírito Santo foi derramado sobre o povo de Deus no dia do Pentecostes (Atos 2). Entenda o que significa o Pentecostes.
Neste estudo bíblico veremos o que a bíblia diz acerca do batismo com o Espírito Santo. Entenderemos também como as diferentes tradições cristãs interpretam essa doutrina.
O batismo com o Espírito Santo ma Bíblia
O derramamento do Espírito Santo sobre todo o povo de Deus foi profetizado ainda no Antigo Testamento. Vale saber que naquela época, o Espírito Santo já atuava no povo de Deus. Ele capacitava de uma maneira especial para um determinado ministério apenas algumas pessoas específicas.
Foi assim, por exemplo, com Moisés, com os juízes de Israel, com alguns reis e com os profetas (Êxodo 35:30-34; Números 11:16,17; Juízes 3:10; 6:34; 1 Samuel 16:13,14; 2 Samuel 23:2; Neemias 9:30; etc.).
Ainda no tempo do Pentateuco, Moisés já aparece fazendo um apelo que remete ao batismo com o Espírito Santo. Ele fala sobre quão bom seria se o Senhor derramasse seu Espírito sobre todo seu povo (Números 11:29). Mais tarde, através do ministério do profeta Joel, Deus faz a seguinte promessa: “E acontecerá depois que derramarei o meu Espírito sobre toda a carne” (Joel 2:28).
Existem várias outras profecias sobre o batismo no Espírito Santo. O profeta Isaías, por exemplo, também profetizou sobre o derramamento do Espírito. Ele fala acerca do dia em que o Espírito Santo seria derramado sobre todo o povo de Deus provendo uma grande restauração (Isaías 32:15). Depois, Deus usou o mesmo profeta para apontar para essa promessa (Isaías 44:3).
Já no Novo Testamento, o profeta João Batista também fala sobre a promessa do batismo com o Espírito Santo. Ele relaciona tal promessa com a vinda do Messias. Inclusive, ele conecta a promessa sobre o Batismo no Espírito Santo com o juízo de Deus, assim como fez Joel (Mateus 3:11; cf. Joel 2:30-32). Mais tarde, o próprio Jesus também falou aos seus discípulos sobre a promessa de que eles seriam batizados com o Espírito Santo (Lucas 24:49; Atos 1:4,5).
O derramamento do Espírito Santo no dia do Pentecostes foi o cumprimento de todas essas profecias. De forma bastante explicita, o apóstolo Pedro utiliza exatamente a profecia de Joel para apontar que ali se cumpria as Escrituras, e que o tempo da Nova Aliança havia chegado (Atos 2:16:21). Pedro não teve dúvida de que já estava vivendo os últimos dias profetizados por Joel.
Quem batiza com o Espírito Santo?
Jesus é quem batiza com o Espírito Santo. Não é raro encontrar indivíduos que afirmam possuir um “dom especial” de batizar pessoas com o Espírito Santo. Entretanto, a Bíblia é suficientemente clara ao afirmar que apenas Jesus Cristo tem poder para batizar com o Espírito Santo.
João Batista foi o último e mais importante dos profetas (Lucas 7:24-28; 16:16). Ainda assim, quando ele falou sobre o batismo com o Espírito Santo, ele apontou para o Messias como sendo o único capaz de batizar com o Espírito Santo (Mateus 3:11).
Essa interpretação de João Batista está completamente de acordo com as Escrituras. O profeta Isaías profetizou sobre o Messias como sendo Aquele que possui o Espírito do Senhor Deus para anunciar a restauração. Isso significa que de acordo com Isaías, apenas quando o Messias viesse o Espírito Santo seria derramado (Isaías 61).
Apóstolos
A palavra “apóstolo” significa “aquele que é enviado” ou “mensageiro”. Na Bíblia, essa palavra é aplicada de diferentes formas. Por exemplo: o texto bíblico usa a palavra “apóstolo” para designar as pessoas que eram enviadas como representantes de igrejas locais. Essas pessoas eram “apóstolos da Igreja”.
Num sentido mais estrito, o texto bíblico também aplica a mesma palavra para se referir ao grupo dos doze homens que andaram com Jesus mais o apóstolo Paulo. Nesse sentido, essas pessoas eram “apóstolos de Jesus”.
E nessa lista de dons ministeriais a maioria dos intérpretes acredita que Paulo aplica a palavra “apóstolos” em seu sentido mais estrito. Isso quer dizer que ele parece ter em mente os apóstolos que foram os equivalentes neotestamentário dos profetas; ou seja, os apóstolos Jesus que serviram como agentes da revelação de Deus e produziram a Escritura do Novo Testamento. A Bíblia diz que esses apóstolos foram escolhidos por Jesus para lançarem os fundamentos da Igreja (Efésios 2:20).
Isso explica porque os apóstolos são mencionados em primeiro lugar na lista dos dons ministeriais. Sem dúvida eles ocuparam um ministério fundamental e singular na história da Igreja.
Então apesar de num sentido geral podermos dizer que todo crente que é enviado oficialmente por sua comunidade cristã local para pregar o Evangelho é um tipo de apóstolo, essas pessoas jamais devem ser confundidas ou equiparadas aos apóstolos que lideraram a Igreja Cristã em seus primeiros anos. Uma vez que a Escritura foi completada e os fundamentos da Igreja foram lançados, esse ofício se cumpriu ao fim da era apostólica.
Profetas
Num sentido mais amplo podemos dizer que todos crentes são profetas. Mas assim como ocorre com a palavra “apóstolos”, os estudiosos observam que Paulo aplica a palavra “profetas” em seu sentido estrito. Parece que Paulo tinha em mente algumas pessoas que eram especialmente comissionadas como profetas na Igreja Primitiva e faziam parte da liderança da Igreja (cf. Atos 13:1).
Num tempo em que a Escritura ainda não estava completa, esses profetas de certa forma transmitiam a revelação especial às igreja locais. Dessa forma, fazia parte do ministério dessas pessoas exortar, encorajar e advertir os crentes com base na interpretação da porção da Escritura que já estava disponível. De forma extraordinária, algumas vezes a atividade desses profetas incluía até alguma predição (Atos 11:28; 21:10,11).
Mas os profetas do Novo Testamento não foram usados por Deus para o recebimento da Escritura. Então os profetas mencionados por Paulo em sua lista de dons ministeriais não podem ser equiparados aos profetas do Antigo Testamento. Eles não exerceram uma atividade profética revelacional da mesma qualidade da atividade dos profetas veterotestamentários ou dos próprios apóstolos neotestamentários.
Evangelistas
Mais uma vez num sentido geral todos os crentes são evangelistas. É dever de todo cristão anunciar o Evangelho ao mundo. Mas quando Paulo fala dos evangelistas em sua lista de dons ministeriais, ele se refere àquelas pessoas especialmente equipadas pelo Espírito Santo com um dom especial para a evangelização. O diácono Filipe, foi exemplo, foi uma pessoa que também exerceu o ofício de evangelista na Igreja Primitiva (Atos 21:8; cf. Atos 8:26-40).
Pastores e mestres
É apropriado entender que as duas palavras, “pastores” e “mestres”, formam uma única expressão, “pastores e mestres”, que designa o mesmo grupo de indivíduos que exercem o ofício de liderança na Igreja local. O pastor-mestre é aquele que pastoreia e instrui o rebanho de Deus.
Essas palavras são consideradas em conjunto principalmente pelo fato de que na Bíblia não há nenhum exemplo de alguém que era autorizado a exortar, mas não era autorizado a ensinar, e vice e versa.
A propiciação definitiva
O homem não precisa tentar conquistar o favor de Deus para sua salvação; Ele não precisa apresentar suas obras ou habilidades pessoais para pacificar a ira de Deus. O que Cristo já fez foi suficiente. Deus ficou eternamente satisfeito com a obra de Cristo e sua propiciação é inalterável (Hebreus 9:5-28).
Agora, basta ao homem apenas participar, pela fé, da propiciação que já foi consumada. É por isso que para o crente o propiciatório dos tempos do Antigo Testamento é somente uma lembrança de que seus pecados foram apropriadamente cobertos por Cristo, e agora eles têm livre acesso à presença de Deus, podendo se achegar com confiança ao trono da graça a fim de encontrar misericórdia inesgotável (Hebreus 4:16).
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Inclusive, a reputação dos anaquins como um povo alto e guerreiro tornou-se proverbial em Israel: “Quem poderá resistir aos filhos de Anaque?” (Deuteronômio 9:2).
O que aconteceu com os anaquins na Bíblia
Apesar do desanimo dos espias israelitas, Deus havia prometido entregar na mão dos filhos de Israel a terra de Canaã. Então no tempo de Josué, especialmente na campanha de Calebe, os israelitas destruíram os anaquins, expulsando-os do território montanhoso no sul de Canaã.
Mas após a conquista israelita, alguns anaquins acabaram sobrevivendo em Gaza, Gate e Ascalom, na Filistia (Josué 11:22). Essa informação tem levado alguns comentaristas a sugerirem que o gigante Golias talvez tenha sido um descendente dos anaquins (1 Samuel 17).
Além dos registros bíblicos, nada mais se sabe sobre os anaquins, pelo menos não de forma incontestável. Isso porque alguns erudidos acreditam que os anaquins podem ter sido os povos mencionados nos textos egípcios de execração dos séculos 18 e 19 a.C. Esses textos mencionam três príncipes com nomes semitas que governavam uma região identificada como Iy-‘aneq.
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Jesus Cristo anunciou que Ele veio para que as pessoas “tenham vida e a tenham em abundância” (João 10:10). A palavra “vida” na declaração de Jesus não traduz o grego bios, que denota um organismo vivo, mas traduz o grego zoe, que se refere a uma qualidade especifica de vida. Em outras palavras, Jesus estava falando de um tipo de vida que mesmo as pessoas que já estão biologicamente vivas precisam experimentar.
É claro que Jesus estava falando da vida espiritual com a qual a pessoa torna-se participante do Reino de Deus. Mas como alguém pode ter acesso a essa vida espiritual? O mesmo Senhor Jesus ensinou que para isso é necessário ao homem nascer de novo; não da carne, mas do Espírito (João 3:1-8).
A atuação do Espírito Santo na regeneração e conversão do pecador
O novo nascimento que o pecador precisa experimentar é a regeneração. A regeneração é a transformação radical e miraculosa do pecador ressuscitando-o de seu estado de morte espiritual e mudando a inclinação de seu coração. Como diz R. C. Sproul, a regeneração é a transmissão de vida nova a almas mortas (Somos Todos Teólogos, 2014). Esse acontecimento sobrenatural é realizado pelo Espírito Santo, pois Ele é quem aplica em nós a obra d’Aquele que veio para que pudéssemos ter vida abundante.
Ainda sobre a obra do Espírito Santo no início da vida cristã, sua atuação se estende também na conversão do pecador. Algumas pessoas não entendem exatamente a diferença entre a regeneração e a conversão. Mas como explica M. Erickson, podemos falar da regeneração como o início da vida cristã da perspectiva divina, enquanto que a conversão é o início da vida cristã a partir da nossa perspectiva. A conversão é a volta do indivíduo para Deus (Teologia Sistemática, 1992).
Então é no processo de conversão que o pecador passa a ter convicção de seu pecado a ponto de responder com arrependimento, enquanto recebe com fé a pessoa e obra do Senhor Jesus Cristo. Portanto, tudo isso também só é possível pela obra do Espírito Santo. É o Espírito de Deus que convence o homem do pecado, da justiça e do juízo, para que ele possa tornar a Deus (João 16:8-11). Além disso, a Bíblia também diz que ninguém é capaz de reconhecer que Jesus é o Senhor se não pelo Espírito Santo (1 Coríntios 12:3).
A atuação do Espírito Santo na continuidade da vida cristã
No decorrer da vida cristã a obra do Espírito Santo também é notória. Já falamos que é obra do Espírito Santo revestir o crente de poder e distribuir dons especiais para o crente desempenhar o seu papel dentro do Corpo de Cristo.
Mas tudo isso é possível, primeiramente, porque o Espírito Santo habita na vida do crente (João 14:16,17). E pela habitação do Espírito Santo os crentes são feitos o próprio “templo de Deus” (1 Coríntios 3:16).
Habitando no crente, o Espírito Santo é também o outro Consolador enviado pelo Pai em nome do Filho (João 14:26). A palavra “consolador” traduz o grego paracleto que indica um “auxiliador”, um “defensor”.
Como o outro Paracleto, o Espírito Santo assiste o crente em suas dificuldades, fortalecendo-o em sua caminhada na fé. Nesse sentido, faz parte da atuação do Espírito Santo servir como um intercessor quando o crente não sabe como orar (Romanos 8:26,27).
O Espírito Santo ainda atua de forma pedagógica na vida do cristão. Ele ensina e esclarece a Palavra de Deus ao crente, iluminando sua mente (João 14:26). E por fim, faz parte da obra do Espírito Santo como o outro Paracleto produzir santificação na vida do crente. Nesse sentido, Ele vai moldando continuamente o cristão para que ele se pareça cada vez mais com Cristo e viva de forma adequada à sua nova realidade espiritual, demonstrando os frutos distintivos de alguém que, de fato, vive no Espírito (Romanos 8:1-17; cf. Gálatas 5:22,23).
Aqui é importante enfatizar que a atuação do Espírito Santo na regeneração, conversão e santificação do pecador não é uma obra que Ele passou a realizar apenas a partir do Novo Testamento. Já nos tempos do Antigo Testamento era o Espírito Santo quem operava na vida do pecador, regenerando-o, convertendo-o e santificando-o.
Essa profecia começou a ser cumprida, primeiramente, com o advento do Messias. Na pessoa do Senhor Jesus Cristo o Espírito Santo repousou de uma forma incomparável. O próprio milagre da encarnação sob a concepção de uma virgem foi obra do Espírito Santo (Lucas 1:35).
Inclusive, em sua pregação João Batista anunciou que Jesus é Aquele que batiza com o Espírito Santo (João 1:33). E na ocasião do batismo de Jesus a Bíblia registra que o Espírito Santo desceu sobre Ele de forma perceptível (Mateus 3:16).
Por isso durante seu ministério Jesus indicou que a profecia do profeta Isaías estava sendo cumprida em sua pessoa: “O Espírito do Senhor é sobre mim, porque me ungiu…” (Lucas 4:18-21; cf. Isaías 61). Dessa forma, a atuação do Espírito Santo esteve sempre presente durante todo o ministério terreno de Jesus. As obras que Ele realizou foi pelo poder do Espírito de Deus (cf. Mateus 12:25-32).
Depois, o mesmo Senhor Jesus falou sobre o derramamento do Espírito Santo que haveria de acontecer após a sua partida (Lucas 24:49; João 14; Atos 1:4,5). E isso aconteceu no dia de Pentecostes, quando foram cumpridas as promessas veterotestamentárias sobre a vinda do Espírito Santo sobre todo o povo de Deus (Atos 2:16-21).
A obra do Espírito Santo na Igreja
A atuação do Espírito Santo em seu aspecto capacitador continuou no Novo Testamento. Os apóstolos foram capacitados pelo Espírito Santo de forma especial para lançarem os fundamentos da Igreja do Novo Testamento.
Além disso, nesse sentido, os apóstolos e os demais escritores do Novo Testamento foram habilitados pelo Espírito Santo para uma obra singular, tal como também foram anteriormente os profetas do Antigo Testamento que proclamaram e registraram a Palavra de Deus. Esse tipo de capacitação jamais se repetirá, pois a Escritura está completa e os fundamentos da Igreja já foram lançados.
Mas os demais crentes do Novo Testamento não ficaram desprovidos de poder e virtude do Espírito. A promessa de que o Espírito Santo seria derramado sobre todo o povo de Deus no Novo Testamento de fato se cumpriu!
Assim, na Igreja do Novo Testamento não são apenas indivíduos isolados que recebem o dom o Espírito Santo de forma especial como ocorria nos tempos do Antigo Testamento. Na verdade, a obra do Espírito Santo abrange toda a Igreja; o Espírito de Deus atua em todo crente genuíno. Isso porque “todos nós fomos batizados em um Espírito, formando um corpo, quer judeus, quer gregos, quer servos, quer livres, e todos temos bebido de um Espírito” (1 Coríntios 12:13).
Isso, no entanto, não quer dizer que todos os crentes possuem os mesmos dons. A Bíblia explica que a atuação do Espírito Santo na distribuição dos dons na Igreja é soberana. A obra do Espírito Santo, no que diz respeito a capacitação do crente com habilidades especiais para o serviço na obra de Deus, ocorre conforme Ele quer. Dessa forma, o Espírito Santo distribui diferentes dons a diferentes crentes, de modo que a Igreja possa funcionar como um corpo bem ajustado (1 Coríntios 12:1-27).
A atuação do Espírito Santo no plano da redenção
Já falamos sobre como a obra do Espírito Santo pode ser vista na Igreja. Mas a Igreja são pessoas; a Igreja é a união daqueles que foram redimidos em Cristo Jesus. Então embora no contexto coletivo nem todos os crentes possuam o mesmo dom, ou foram chamados para o mesmo serviço, todos possuem o mesmo Espírito habitando suas vidas e dando-lhes poder para o cumprimento do ministério cristão. Então nesse ponto é importante entender que o Espírito Santo é o responsável por aplicar a obra da redenção na vida do pecador.
A vida cristã não tem início sem a obra do Espírito Santo. Conforme também já falamos, o Espírito Santo atuou na obra da criação produzindo vida; trazendo ordem e luz onde havia caos e trevas. Mas a Bíblia também fala do Espírito Santo não apenas como fonte da vida biológica, mas também da vida espiritual.
📌 A atuação do Espírito Santo é indicada na Escritura como sendo essencial tanto na história da criação quanto no plano da redenção. Para o cristão, a obra do Espírito Santo sempre deve ter um significado especial, pois é através de sua atuação que a obra redentora é aplicada na vida do crente e o permite desfrutar de um relacionamento pessoal com Deus.
Mas muita gente tem dúvida com relação a atuação do Espírito Santo ao longo do tempo nos diferentes estágios da história da redenção. Por exemplo: algumas pessoas têm dificuldade de perceber a obra do Espírito Santo no Antigo Testamento; enquanto outras não entendem corretamente sua atuação a partir do Novo Testamento.
A obra do Espírito Santo na criação
A Bíblia começa mostrando a obra do Espírito Santo. Os primeiros versículos da Bíblia descrevem a história da criação do mundo e destacam a atuação do Espírito Santo: “No princípio criou Deus os céus e a terra. A terra, porém, estava sem forma e vazia; havia trevas sobre a face do abismo, e o Espírito de Deus pairava por sobre as águas” (Gênesis 1:1,2).
A expressão “Espírito de Deus” é a mais usual no Antigo Testamento para se referir ao Espírito Santo. Já a palavra “pairava” traduz um termo que também significa “envolver”. Então o texto bíblico basicamente diz que o Espírito Santo envolveu o cosmo que estava desordenado, em trevas, vazio e sem forma, e lhe trouxe ordem, vida e luz. Em certo sentido é a mesma ideia de uma ave que envolve seus ovos com a finalidade de produzir vida.
Em resumo, a obra do Espírito Santo na criação trouxe ordem onde havia desordem; trouxe luz onde havia trevas; trouxe vida onde havia apenas o vazio. Dessa forma, o primeiro capítulo do livro de Gênesis atribui a obra contínua de Deus na criação à atuação do Espírito.
Isso, inclusive, aponta para o fato de que toda a Trindade Divina esteve envolvida na obra da criação. Isso porque o Novo Testamento também informa que todas coisas foram feitas por meio do Verbo de Deus, e sem Ele nada do que foi feito se fez (João 1:1-3; Colossenses 1:16). Então podemos dizer que a criação do mundo foi obra de Deus, o Pai, por meio do Filho, pela agência do Espírito. O salmista coloca essa verdade de forma simples quando diz: “Pela palavra do Senhor foram feitos os céus, e todo o exército deles pelo sopro [ou espírito] da sua boca” (Salmo 33:6; cf. Jó 26:13).
A obra do Espírito Santo na capacitação para o serviço no Antigo Testamento
O Antigo Testamento também revela a obra do Espírito Santo na capacitação especial de certas pessoas. Nesse sentido, o Espírito Santo concedeu a elas habilidades extraordinárias para que elas pudessem desempenhar determinadas tarefas que tiveram alguma importância na história da redenção.
No livro de Gênesis, por exemplo, lemos que as habilidades especiais de José na interpretação de sonhos e na sabedoria para administrar na crise, vinham do Espírito de Deus (Gênesis 41:38,39).
Outro exemplo claro desse tipo de atuação do Espírito Santo na capacitação de algumas pessoas pode ser visto no contexto da construção do Tabernáculo. A Bíblia diz que os artesãos do Tabernáculo foram capacitados de forma especial pelo Espírito de Deus para o serviço para o qual foram designados (Êxodo 28:3).
A respeito do chefe dos artesãos, Bezalel, o texto bíblico diz que Deus o encheu do seu Espírito “no tocante à sabedoria, ao entendimento, à ciência e a todo ofício” para que ele pudesse desempenhar toda sorte de trabalhos na construção do Tabernáculo (Êxodo 31:3). O próprio Moisés, o grande legislador de Israel, também desempenhou seu ministério sob o poder do Espírito de Deus (Números 11:14-17).
Sem dúvida o tempo dos juízes também foi um período onde a atuação do Espírito Santo na capacitação de certas pessoas esteve mais evidente. Naquele tempo Deus levantou homens para exercerem o que podemos chamar de “liderança carismática”. Isso significa que os juízes de Israel foram homens habilitados pelo Espírito Santo. Então Gideão, Jefté, Sansão e os outros juízes, todos agiram pelo Espírito do Senhor (Juízes 6:34; 11:29; 13:25).
📌 Graça é um favor ou uma benevolência que não merecemos. Por isso a teologia apresenta a definição clássica de graça como “favor imerecido”. Isso quer dizer que a graça de Deus é algo que recebemos d’Ele sem que tivéssemos o direito de receber.
Quando falamos sobre o que é graça e o seu significado bíblico, geralmente temos em mente a salvação. A Bíblia ensina a salvação pela graça mediante a fé. Essa graça que salva normalmente é chamada na teologia de graça salvadora.
Mas o favor de Deus para com os homens também pode ser visto em outras instâncias e não somente nas questões da salvação. Esse tipo de favor mais geral de Deus estendido à humanidade é chamado de graça comum. Em todos esses sentidos, porém, a graça de Deus jamais é o cumprimento de uma exigência, mas sempre é uma prerrogativa divina.
O significado da graça na Bíblia
Na Bíblia, a palavra “graça” traduz alguns termos originais hebraicos e gregos. Por exemplo: no Antigo Testamento a palavra hen indica um favor não merecido recebido de alguém que está numa posição superior. Ainda no Antigo Testamento, o termo hesed é outro termo usado no texto hebraico para falar da benevolência distribuída entre pessoas que estão num relacionamento.
Já no Novo Testamento o termo mais usual para “graça” é o grego charis. Esse termo era usado com um significado muito amplo na literatura grega, mas sua aplicação mais básica geralmente enfatizava os sentidos de favor, perdão, consideração favorável e gratidão. Mais raramente o Novo Testamento também usa a palavra eleos, que possui o sentido de “misericórdia”, mas geralmente é traduzido pela palavra “graça” por se ajustar melhor ao sentido pretendido no texto.
Mas sem dúvida, nenhuma palavra é capaz de transmitir de forma completa o que de fato significa a graça. Na verdade, o significado de graça só pode ser compreendido adequadamente à luz da obra de Cristo.
Graça e justiça
Já falamos que a definição de graça é “favor imerecido”. De acordo com esse conceito, o significado de graça se distingue radicalmente do significado de justiça. Isso porque a justiça é essencialmente algo merecido. A justiça fala de uma retribuição sob um padrão de mérito. Em outras palavras, a justiça é merecida ou conquistada através de obras e condutas que foram observadas previamente por alguém.
Mas por outro lado, a graça é algo ofertado a alguém que não merece receber nada. Enquanto a justiça é devida, a graça é simplesmente dada espontaneamente. Isso quer dizer que a graça não é uma retribuição justa por algo realizado, mas é um presente; é um favor não conquistado com base em méritos prévios. Esse contraste nos ajuda a entender o contexto bíblico da graça de Deus.
Muita gente questiona a existência do sofrimento no mundo, ou o fato de nem todas as pessoas serem salvas. Infelizmente algumas vezes essas pessoas ficam inclinadas a duvidar do caráter de Deus. O erro dessas pessoas está justamente em não compreender o que é graça. Essas pessoas pensam que Deus deve algo ao homem.
Mas a verdade é que Deus não está numa posição em que Ele seja obrigado a agir de forma favorável à humanidade. Se Ele derrama do seu favor sobre o homem, isso é graça, não dívida. O que de fato o homem merece receber de Deus é a sua justiça.
Porém, sabemos que a justiça recompensa o inocente e castiga o culpado. O problema é que a Bíblia diz que não há um único homem justo, pois todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus (Romanos 3). Então diante de Deus todos os homens são transgressores que merecem receber o peso da justiça divina.
Mas engana-se quem pensa que a graça de Deus anula a sua justiça. O fato de Deus agir graciosamente para conosco não significa que sua justiça fica insatisfeita. Para entendermos isso precisamos olhar para como a graça de Deus é revelada em Cristo.
📌 Graça comum e graça salvadora são classificações teológicas que explicam a graça de Deus em seus diferentes aspectos. Isso porque em certo sentido, a graça de Deus alcança todas as suas criaturas, enquanto que em outro sentido sua graça é derramada somente sobre o seu povo escolhido.
Entender a diferença entre graça comum e graça salvadora é realmente importante porque ajuda o crente a entender melhor o relacionamento de Deus com a humanidade. Algumas pessoas não compreendem essa distinção e acabam tendo uma visão distorcida do próprio Deus.
Graça comum
A graça comum é a graça universal, ou seja, é aquela graça que Deus derrama indistintamente sobre todas as pessoas do mundo. Então basicamente a graça comum é revelada na benevolência e na misericórdia com que Deus trata a raça humana. Isso significa que a graça comum não faz uma distinção entre um crente e um ímpio.
O próprio Senhor Jesus Cristo explica a graça comum dizendo que Deus faz com que o sol se levante sobre maus e bons, e a chuva desça sobre justos e injustos (Mateus 5:45). Nos tempos bíblicos, a maioria das pessoas desenvolvia alguma atividade relacionada à agricultura. Então é fácil entender, por exemplo, como as chuvas eram importantes para que alguém tivesse uma vida próspera.
Por isso que ao dizer que Deus faz cair, de igual forma, chuvas sobre os justos e os injustos, Jesus ensina que nesse sentido Deus abençoa a todos sem qualquer distinção. Numa mesma região pode haver um agricultor fiel a Deus e outro idólatra e inimigo de Deus; e quando Deus faz com que as chuvas molhem a terra, ambos os agricultores são abençoados.
Mas aqui também é importante enfatizar que a graça comum continua sendo “graça”. Isso significa que ninguém é merecedor dela. Definitivamente Deus não tem qualquer obrigação de agir de forma favorável com qualquer pessoa. No exemplo das chuvas, nenhum agricultor, seja ele justo ou injusto, merece que Deus abençoe sua colheita. Então se Deus age com benevolência para com o homem, isso é um favor imerecido; isso é graça.
Outro ponto que muitas vezes é negligenciado sobre a graça comum, é que Deus age na criação de forma direta e indireta. Isso quer dizer que em sua providência, muitas vezes Deus usa pessoas para derramar sua bondade e misericórdia sobre o mundo. Por exemplo: quando socorremos alguém que está em dificuldade, estamos sendo instrumentos através dos quais Deus manifesta sua graça comum para o bem-estar do homem (cf. Mateus 25:34-36; Tiago 1:27).
Graça salvadora
A graça salvadora — ou graça especial —, diferentemente da graça comum, não é experimentada por todas as pessoas do mundo, mas apenas por aquelas pessoas que estão em Cristo. O apóstolo Paulo explica essa questão de forma clara em sua Carta aos Efésios. Primeiro ele diz que Deus abençoou os crentes de forma especial, isto é, Deus os “abençoou com todas as bênçãos celestiais em Cristo” (Efésios 1:3).
Em seguida, o apóstolo explica o motivo disso: “Porque Deus nos escolheu nele antes da criação do mundo, para que sermos santos e irrepreensíveis em sua presença. Em amor nos predestinou para sermos adotados como filhos por meio de Jesus Cristo, conforme o bom propósito da sua vontade, para o louvor da sua gloriosa graça, a qual nos deu gratuitamente no Amado” (Efésios 1:4-6).
Esse texto bíblico deixa muito claro que a graça salvadora tem a ver com o favor especial de Deus para com os redimidos em Cristo. A graça salvadora tem a ver com amor redentor de Deus que é revelado principalmente em seu Filho amado, e transborda sobre aqueles que estão em Cristo. Nesse sentido, Deus tem um amor especial pelos redimidos, um amor que Ele não tem pelo resto do mundo (SPROUL, 2014).
Ainda na mesma Carta aos Efésios, o apóstolo Paulo também explica que o grande propósito por trás da graça salvadora é a própria glória de Deus (Efésios 1:6). Ao expressar seu amor e bondade em Cristo na remissão dos pecadores, a incomparável riqueza da graça de Deus pode ser mostrada nas eras vindouras (Efésios 2:7).
Dons miraculosos, de fala e de conhecimento
Falando dos dons espirituais mais miraculosos, temos os dons da fé, cura e operação de milagres. Não sabemos por que Paulo faz essa distinção, já que uma cura sobrenatural também é uma operação milagrosa e implica no exercício do dom da fé. É possível que dentro do dom de operação de milagres, Paulo tivesse em mente outras manifestações extraordinárias do poder de Deus além da cura.
Em seguida, temos os dons de variedade de línguas e interpretação. Há muita controvérsia sobre o caráter do dom de línguas. Alguns defendem que esse dom se refere a habilidade especial de falar em idiomas estrangeiros de forma sobrenatural como aconteceu no Pentecostes (Atos 2:4-11). Outros defendem que se trata de uma habilidade para desenvolver uma fala estática que pode ser usada na oração e adoração.
O dom de profecia é outro dom espiritual sempre muito debatido. Basicamente profetizar é falar a Palavra de Deus. Mas o Novo Testamento não apresenta uma definição clara sobre a natureza do exercício desse dom.
Por isso alguns entendem que esse dom seja uma habilidade de predizer o futuro ou comunicar algo revelado por Deus de forma sobrenatural. Já outros entendem que o dom de profecia tem mais a ver com a habilidade de proclamar a vontade de Deus através da interpretação e aplicação da verdade já revelada na Escritura. Seja como for, é certo que a profecia resultante do exercício desse dom jamais pode ser equipara à Escritura.
Também é difícil saber o significado dos dons que Paulo chama de “palavra de sabedoria” e “palavra de conhecimento”. Alguns estudiosos têm sugerido que a “palavra de sabedoria” seja o dom de se pronunciar sabiamente e poder resolver questões espirituais difíceis; enquanto que a “palavra de conhecimento” talvez seja a habilidade de comunicar de forma especial o conhecimento de Deus.
Por fim, o dom de discernimento de espíritos significa a habilidade de julgar e identificar, à luz da Escritura, aquilo que procede de Deus e aquilo que é falso e contrário a Deus. Esse é um dom espiritual importante para proteger a Igreja do erro e do engano.
Dons de socorro, misericórdia, governo, liderança e contribuição
O dom de socorro é uma capacitação espiritual para o crente exercer a habilidade prestar ajuda aos outros. É claro que esse dom está diretamente ligado ao dom de misericórdia, pois aquele que socorre é aquele que se compadece da necessidade do próximo.
O dom de governo é um dom para a administração. Provavelmente esse dom também está relacionado ao dom de liderança. Já o dom de contribuição é também um dom de serviço à medida que o crente dispõe os seus recursos para o bom andamento da obra de Deus na terra.
Qual é o propósito dos dons espirituais?
Os dons espirituais possuem o propósito de equipar a Igreja para o serviço de proclamar o Evangelho e trazer glória a Deus até o retorno de Cristo (1 Coríntios 1:7). Nesse sentido, os dons espirituais servem para a edificação da Igreja como o Corpo de Cristo. Isso quer dizer que o propósito dos dons espirituais não é identificar qual dos crentes é o mais espiritual.
Os dons do Espírito possuem uma finalidade coletiva, e não uma finalidade individualista para enriquecer os indivíduos que os possuem. Por isso nenhum crente possui todos os dons; bem como todos os crente sempre possuem algum dom (1 Coríntios 12:14-21). Então fica claro que dessa forma, os dons espirituais também servem para revelar que os membros da Igreja precisam uns dos outros.
Outro ponto importante é que o Espírito Santo distribui os dons espirituais conforme a sua vontade (1 Coríntios 12:11). Por esse motivo não é correto eleger um determinado dom como sendo o sinal da operação do Espírito Santo na vida de uma pessoa. Partindo do princípio que os dons espirituais são habilidades especiais dadas aos crentes soberanamente pelo Espírito Santo, é injusta e incoerente qualquer abordagem nesse sentido.